O momento atual do Futebol Clube de Oliveira do Hospital (FCOH) e o futuro desta instituição prestes a comemorar 87 anos, vão estar hoje em destaque no programa Vice-Versa da Rádio Boa Nova, que vai para o ar às 21h00.
No debate político o representante do PSD aponta a “falta de organização” à direção do clube e considera que a situação, que agora se verifica, “acontece mais pelo cansaço das pessoas que estiveram anos e anos ligados ao clube” e aos quais reconhece a dedicação manifestada. Também a denunciar a falta de comunicação com os sócios, Mário Alves considera que caso o FCOH tenha que ficar “um, dois ou três anos sem futebol sénior não vem mal nenhum”, tendo-se assistido ao mesmo em clubes da região. Para o ex presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital um cenário dessa natureza “poderá porventura ser uma regeneração do próprio clube”.
Esta é contudo uma opinião que não colhe junto do representante do CDS-PP. “É fundamental a representação do FCOH no futebol sénior”, defende Rafael Dias, que também atribui responsabilidade aos poderes políticos pelo atual momento do FCOH. “Não fazia sentido o FCOH estar na Liga 3 e não haver um compromisso” para a construção de “um complexo desportivo em Oliveira do Hospital”, afirma, defendendo mesmo um “pacto”, um “consenso”, entre os principais atores políticos do concelho, entre os quais o CDS-PP. “Eu próprio também estava disponível para este pacto. É preciso assumir que é preciso um complexo desportivo em Oliveira do Hospital”.
João Dinis (CDU) e Rui Monteiro (PS) protagonizam no programa de hoje uma intensa troca de argumentos, com o primeiro a criticar a criação da SAD, que “corre todo o risco de falhar e de correr mal em Oliveira do Hospital”. Dirigindo-se ao representante do PS que é, atualmente, o presidente da Assembleia Geral do clube, Dinis avança que Monteiro “corre todos os riscos de bater com a mão na testa e dizer assim: nós equivocámos-nos com esta opção, porque é isso que no mínimo vos é exigido”. A resposta do socialista é imediata, asseverando que “ninguém, seja do poder político, seja qualquer cidadão de Oliveira do Hospital pode exigir o que quer que seja”. “Ninguém tem legitimidade para exigir às pessoas que nos últimos anos têm dado coiro e cabelo pelo FCOH. É uma vergonha”, acrescenta.
Na discussão, Dinis questiona ainda o apoio de 130 mil Euros dado pelo Município de Oliveira do Hospital ao FCOH (em publicidade), com Rui Monteiro a assegurar que “de certeza que não foi para o bolso de nenhum dirigente do FCOH”. “Não ponho as mãos no fogo por ninguém”, reage Dinis, ao que Monteiro respondeu: “mas ponho eu. As mãos e o corpo todo”.
Entre outras considerações feitas pelo painel, destaque para aquela em que Rui Monteiro critica o teor do comunicado que foi emitido pela direção do clube e que “deu origem a interpretações” e que “vai fazer com que o FCOH seja utilizado como arma de arremesso político.