Passados sete meses do término das candidaturas para o apoio aos incêndios de 15 de outubro de 2017, cerca de um quinto dos agricultores (19%) com prejuízos acima dos cinco mil euros apresentaram pedidos de pagamento.
Questionado pela agência Lusa, o Ministério da Agricultura respondeu que, das 516 candidaturas apresentadas por agricultores com prejuízos acima dos cinco mil euros, havia, a 24 de julho, 97 projetos com pedidos de pagamento submetidos, “que estão a ser processados”, o que dá 19% do total das candidaturas.
O Ministério da Agricultura refere que “todos os projetos contratados estão potencialmente em execução, salientando-se que a execução é da responsabilidade dos beneficiários”.
No entanto, no terreno, produtores agrícolas queixam-se das despesas validadas e do apoio que é atribuído, ponderando desistir dos projetos.
É o caso de Paulo Rogério, pastor e proprietário de uma queijaria em Oliveira do Hospital, que contabilizou um prejuízo de 200 mil euros, mas avançou com um projeto de apenas 108 mil euros e recebeu uma comparticipação de 42 mil euros – menos de um quarto do prejuízo que teve.
Também Luís Miguel de Brito, proprietário de 30 hectares de olival em Lagares da Beira e Travanca de Lagos, contabilizou cerca 300 mil euros de prejuízo. Para o projeto, decidiu baixar o valor para 120 mil euros para recuperar 15 hectares, mas o projeto “passou para cerca de 30 mil euros”.
Sílvio Matias, apicultor que perdeu 500 colmeias distribuídas pelos concelhos de Oliveira do Hospital, Arganil e Seia, também se queixa da tabela de preços estipulada. Segundo o produtor, do prejuízo de 70 mil euros, o Estado propõe-se a contribuir com 34 mil euros.
Com: Lusa