Sem nunca ter ambicionado entrar para o mundo da política, Bruno Amado, depois de desafiado, decidiu avançar e liderar os destinos da União de Freguesias (UF) de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira. “Depois de alguma ponderação, arrisquei e criei equipa”, disse em entrevista, no Junta à Conversa, da Rádio Boa Nova.
Depois de assumir a presidência do órgão autárquico, Bruno confessa que a sua “forma de ser e de estar com os fregueses” não alterou pois “já falava, já ouvia e já comunicava”. “Eu gosto de falar com as pessoas e enriquecer com aquilo que elas me podem transmitir. E, de certa forma, acho que esse também foi um bocadinho o sucesso, com o ganho das eleições, porque as pessoas apercebem-se que, certa forma, nós não somos superficiais”, referiu.
Bruno considera que “ser presidente é interessante e é enriquecedor”. Apesar dos “desafios enormes”, é imperativo “estar atento e tentar fazer alguma coisa de diferente, de novo e que melhore a vida das pessoas”.
Em entrevista à Rádio Boa Nova, o jovem autarca recorda o trajeto “intenso e muito desgastante” sobretudo no primeiro mandato com a “tentativa de destituição, os incêndios e uma transição de executivo muito atribulada e muito difícil”. Bruno lembra que assim que o executivo tomou posse “foi às finanças para abrir, para dar início à atividade como União de Freguesias”, uma vez que “cada freguesia ainda tinha o seu contribuinte”.
Na opinião de Bruno, “é mais exigente” liderar uma União de Freguesias do que apenas uma, “especialmente quando não há a dita união”. “Eu quando cheguei à União de Freguesias como presidente, a união não tinha a união, portanto havia divisão”, conta, referindo que “criar essa união foi um desafio, porque as pessoas, as ex-freguesias, cada uma tem uma identidade”.
“Sempre olhei para a União de Freguesias como olho para os meus filhos. Tenho gémeos. Trato as freguesias por igual”
O autarca realça também o desempenho da equipa que lidera em adquirir todo o material que estava em falta. “Comprámos carrinhas, comprámos computadores, comprámos malas de ferramentas, comprámos máquinas de corte, comprámos motos-serras”, conta.
Relativamente a obras e projetos concretizados, Bruno destaca “a construção da Casa Mortuária de Vila Pouca”, a “requalificação da Capela da Digueifel”, a pintura de “todas as estradas da freguesia”, a “requalificação do Polidesportivo de Santa Ovaia”, colocação de máquinas de exercício físico”, requalificação da sede de Junta de Freguesia, entre outros. “Fomos fazendo a manutenção periódica das aldeias, que é algo que não se fazia também, requalificámos o sistema hidráulico e elétrico da piscina, que nos foi deixada sem funcionar”, avançou.
Por outro lado, o presidente lamenta não ter concretizado, ainda, algumas obras como a pavimentação e o saneamento”, que “há muito” reivindica.
Bruno realça a candidatura ao Condomínio da Aldeia na “ordem dos 90 mil euros”, projeto que gostaria de “colocar em curso até ao final do mandato”.
“A obra que efetivamente me marca e que senti mesmo que tinha que fazer foi o Memorial das vítimas que faleceram no incêndio de 15 de outubro”
Na entrevista, Bruno fala das gentes de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira, diferentes mas igualmente genuínas.
Na “pergunta da praxe”, Bruno assume que não “não está nos planos” voltar a ser candidato pois “está na altura de voltar as energias e o tempo para os filhos”. “Porque já são oito anos. Mais quatro anos seriam 12 e eu estou a perder uma fase bonita dos meus filhotes”, frisou. “Está na altura de alguém, com ideias novas, com vontade e com a bateria carregada poder levar avante as coisas que nós arduamente consolidámos”, concluiu.