A Câmara Municipal de Seia realizou, ontem, uma reunião extraordinária da Comissão Municipal de Proteção Civil, tendo em vista monitorizar e analisar a declaração de situação de contingência decretada pelo Governo, face ao elevado risco de incêndio nos próximos dias.
Derivado desta condição, Seia tem, à semelhança do que acontece em todo o país, o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil ativado, “pelo que faz todo o sentido a autarquia ampliar a estreita articulação com as demais entidades, promovendo todos os procedimentos necessários no sentido de monitorizar e acompanhar a evolução da situação”, explica o Presidente do Município, Luciano Ribeiro.
Depositando grande confiança nas diferentes estruturas operacionais, que considera altamente qualificadas, o edil quer maior articulação entre todas as entidades envolvidas na prevenção e resposta, garantindo um elevado grau de prontidão de toda a estrutura municipal, através da mobilização atempada de meios e recursos.
Numa altura em que se inicia um novo período de maior risco, o edil salienta que o Município tem vindo a trabalhar na criação de condições para melhorar a capacidade instalada, destacando a recente autorização de operação do Heliporto de Seia, na sequência do processo de certificação submetido pela autarquia junto da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Trata-se do “cumprimento de um objetivo essencial para garantir a presença de uma aeronave de primeira intervenção de combate a incêndios no Centro de Meios Aéreos de Seia, assim como a respetiva brigada da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR”.
Este é um processo de certificação “altamente exigente e rigoroso”, mas que a autarquia garante querer “levar até ao fim, no sentido de garantir a certificação de toda a infraestrutura aeronáutica”
A autarquia tem, diariamente, no terreno três equipas de sapadores florestais, que fazem vigilância armada, silvicultura preventiva e apoio ao serviço municipal de proteção civil, recursos humanos capacitados, equipamentos e viaturas, entre outros meios.
Há também “um trabalho notável” na rede de defesa da floresta contra incêndios em matéria de rede primária, na qual Seia é “um exemplo, com recurso ao orçamento municipal e aos fundos comunitários e outros incentivos”.
Luciano Ribeiro fala de “um investimento sem precedentes na defesa da floresta, com a autarquia a assumir, na sua plenitude e de forma ativa, o papel de autoridade municipal de proteção civil, garantindo capacidade de intervenção e resposta, mas também atuando no domínio dos riscos que ameaçam as populações e na mitigação das consequências”.
Recorda a “melhoria da capacidade de intervenção mecânica das equipas municipais, aumentando a produtividade e eficiência dos trabalhos preventivos realizados, em virtude do reforço dos recursos humanos e materiais que o Município tem vindo a fazer”.
Por fim, refere o investimento que o município tem efetuado junto das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários, quer do ponto de vista financeiro, quer por via da aquisição de equipamentos, de acordo com as necessidades manifestadas por cada uma das instituições, o apoio à modernização de infraestruturas, parque automóvel e material técnico-operacional, entre outros.
Porque “os recursos não são inesgotáveis”, o autarca frisa que é fundamental, como todos perceberam nos incêndios de 2017, envolver a sociedade civil nesta dinâmica, sensibilizando a comunidade para a adoção de medidas de autoproteção e de prevenção.
“Temos de alavancar sinergias em várias áreas, pois só com uma estrutura articulada, teremos a tarefa de socorro mais facilitada”, rematou.