Tal como nos últimos anos, Oliveira do Hospital voltou a comemorar o 25 de Abril, o marco da história que “levou à construção de um mundo mais justo”. E porque “celebrar Abril é celebrar os progressos e as conquistas de Oliveira do Hospital”, o presidente da Câmara Municipal prestou contas das “políticas sociais” que a autarquia tem desenvolvido em prol da população.
Na sessão solene das comemorações do 25 de Abril, foram muitos os que, de cravo no peito, se juntaram no Salão Nobre para recordar e homenagear quem lutou pela liberdade.
A salientar que “já vivemos mais tempo na democracia do que em ditadura”, José Francisco Rolo recorreu à filosofia e ao modo de ser e estar do falecido Papa Francisco para sublinhar a importância do “diálogo entre todos”, num “mundo em que todos têm lugar”.
Perante um “concelho em desenvolvimento”, o autarca destacou o papel das Juntas de Freguesia que “são pilares fundamentais de descentralização” e promovem “a coesão territorial”. Daí, o forte investimento do Município nestes órgãos autárquicos, que já ultrapassa 1,5 milhão de Euros.
“Este é o nosso espírito de Abril. O Município cumpre todos os dias, ao lado das pessoas”.
Na ocasião, José Francisco Rolo considerou que a educação “é o pilar principal da democracia”, área onde “há mais recursos financeiros investidos”. É por isso com orgulho que o concelho dispõe de ensino “desde o pré-escolar até ao ensino superior, a nível de mestrado”, que conta com um Campus Educativo dos mais modernos da região, que vê a avançar a bom ritmo a residência de estudantes, assim como os dois Centros Tecnológicos Especializados no ensino público e profissional.
E porque todos merecem viver com dignidade e com as melhores condições, o Município continua a apostar na Estratégia Local de Habitação, na Bolsa de Alojamento Urgente e Temporário e no Casa Digna, programas e instrumentos que representam um investimento superior a 5 milhões de Euros.
Na área da saúde, encontram-se a decorrer as obras de remodelação do Centro de Saúde mas é preciso mais. “Precisamos de mais médicos de família e de fixá-los em Oliveira do Hospital”, disse.
Oliveira do Hospital é, no entender de Rolo, “um Município que cuida e protege, que é amigo das famílias, das crianças e dos idosos”, com incentivos na área social.
“Somos um Município inclusivo”
Celebrar Abril é também aceitar “quem escolheu Portugal para viver”. Oliveira do Hospital tem sido exemplo no acolhimento de quem chega à procura de uma vida melhor. Segundo o autarca, no balcão da Agência para a Integração Migrações e Asilo, em Oliveira do Hospital, “já foram legalizados, com rigor e dignidade, 2 700 cidadãos”. Nesta senda de “integração de imigrantes”, o concelho acolhe 29 nacionalidades.
“Precisamos de continuar a lutar pela democracia”
A considerar que “damos a democracia como um dado adquirido”, José Carlos Alexandrino defendeu que “é preciso continuar a lutar” por ela. Segundo o presidente da Assembleia Municipal, “a democracia tem vindo a deteriorar-se” e, por isso, “tem que ter regras e autoridade. “É com regras que construímos um país”, afirmou, sublinhando a importância de “respeitar o outro”. Lamentou, por isso, os desafios que trazem as redes sociais em que é fácil “tornar mentiras como verdade e tornar verdades como mentiras”.
O olhar dos partidos com representação na Assembleia Municipal
Pela CDU, João Abreu considerou o 25 de Abril como “o acontecimento maior da nossa história”, que tornou a “sociedade mais justa e livre”. Recordou o “longo e doloroso caminho do povo” para se chegar à democracia que, consequentemente, trouxe a melhoria das condições de vida, nomeadamente com o Salário Mínimo Nacional, com os avanços no Serviço Nacional de Saúde e na escola pública. “Abril vencerá sempre. Fascismo nunca mais”, frisou.
Sofia Pereira, a representar o CDS-PP, defendeu que a liberdade “tem de ser sustentada todos os dias pela responsabilidade cívica de cada um de nós”. “A liberdade para ser plena exige justiça, igualdade de oportunidades e lideranças que saibam ouvir”, disse, considerando que “a liberdade caminha de mãos dadas com a democracia”. Na ocasião, a jovem mostrou a sua preocupação com “os desafios profundos” que Oliveira do Hospital “enfrenta”, sobretudo para quem aqui “queira viver, constituir família e construir o futuro”. Defende, por isso, uma “mudança de rumo” no concelho.
“Nascido após o 25 de Abril”, Miguel Clara (PSD) defendeu que “não basta viver em democracia” e que “é preciso cuidar dela”. Lamentou o “desinteresse” manifestado pela política por “verem nela uma atividade corrupta”. Defendeu que “é tempo de arregaçar as mangas e construir um concelho melhor e mais atrativo”.
Pelo Partido Socialista, Hugo Silva afirmou que “falar de liberdade é falar de responsabilidade”. “É um bem que herdámos e que temos de a merecer”, frisou, dando conta de que é de “uma geração que já nasceu livre”. No entender do socialista, “o 25 de Abril não é só uma data no calendário, é um movimento, é um compromisso”. Por fim deixou um apelo: “continuem a acreditar que esta terra tem lugar para todos”.