Cátia Alves, autarca de Alvoco das Várzeas, foi a terceira convidada do Ciclo de Entrevistas – Junta à Conversa – que a Rádio Boa Nova está a realizar aos presidentes de Junta de Freguesia nesta reta final dos mandatos autárquicos.
Em entrevista à Rádio Boa Nova, Cátia confessa que, depois de lhe ter sido lançado o desafio e de ter “refletido”, decidiu abraçar o projeto por “gostar tanto” da freguesia. “Achei que efetivamente estaria à altura para dar resposta às necessidades da minha população”, disse, referindo que entrar no mundo da política nunca foi uma ambição: “Nunca pensei ser presidente de Junta”.
A autarca recordou o percurso destes “quase quatro anos” pautados, “acima de tudo”, por um “serviço à comunidade de Alvoco das Várzeas”, referindo que “assumir esta responsabilidade foi, desde o primeiro dia, um desafio diário”.
“Estar ao serviço da população significa ouvir, entender, decidir e agir com o coração. E, com o sentido de justiça, procurámos sempre estar próximo das pessoas, resolver problemas, melhorar passo a passo a qualidade de vida dos nossos fregueses”.
No entender da autarca, o facto de liderar uma equipa jovem veio dar uma nova dinâmica à localidade. “Agradeço profundamente à equipa que me acompanhou, mas não só. Também a todas as pessoas que colaboraram com a Junta de Freguesia, às associações locais e claro, a cada freguês que, com a sua palavra, crítica ou sugestão, ajudou também a moldar este nosso caminho”.
Deste trajeto, Cátia destaca, entre outros, projetos como o Arraial Social, o Dia da Freguesia, a requalificação do cemitério e da sede da Junta de Freguesia. Nos últimos meses de governação, a presidente espera ainda concluir a “Rota das Fontes” e requalificar as paragens de autocarro, que gostava que fossem “revestidas em xisto”.
Perante “uma das águas mais límpidas do concelho” e da região, são muitos os que visitam a Praia Fluvial de Alvoco, sem esquecer os vários alojamentos locais que tão bem sabem receber.
Na Rádio Boa Nova, Cátia Alves confessou que a área da saúde é a que mais preocupa e que é “das maiores fragilidades que existem em Alvoco”. “Somos a freguesia mais distante da sede do concelho, em que a rede de transportes também não é a melhor, temos uma população envelhecida, em que há pessoas a morarem sozinhas. A saúde é a maior lacuna e tem realmente sido uma luta deste executivo”, disse. Mas, considerando-se “uma mulher com esperança”, acredita que é possível “chegar à sensibilidade de quem tem o poder desta decisão”. “Vou acreditar e vou reivindicar até a voz me doer”, sublinhou.
Alvoco das Várzeas é hoje uma freguesia diferente: “Criámos e reforçámos os eventos culturais, houve realmente um reforço na promoção e valorização da nossa riqueza natural. Sem dúvida alguma que é visitada por muitas mais pessoas”.
O Espaço Cowork também se tornou numa referência de Alvoco das Várzeas. No entanto, Cátia considera que é preciso mais para fixar pessoas, nomeadamente no que diz respeito à habitação. Segundo a autarca, há casas que se encontram degradadas, que vão passando “de geração a geração” de famílias, sendo que as mesmas poderiam ser recuperadas e colocadas a arrendar.
Na entrevista, Cátia destacou ainda a forte componente associativa, característica da freguesia.
Sobre os alvocenses, a autarca considera que são especiais: “São pessoas que sabem receber, que gostam de dar a mão ao próximo, que gostam de ver o outro bem“.
“Já vi pessoas levarem lenha a outras pessoas que não têm e que nem têm a possibilidade de mobilização. Portanto, acho que este exemplo caracteriza perfeitamente o que é ser um alvocense”.
Questionada acerca da continuidade do projeto autárquico num próximo mandato, Cátia não adiantou grandes pormenores: “Por minha vontade, seja o papel de presidente de Junta ou apenas como um alvocense, continuarei a dar o meu contributo pela freguesia”.