Ervedal da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital, viu ontem serem inauguradas duas infraestruturas que “dignificam e honram a história” da localidade: o Centro de Alojamento Temporário e a Casa Mortuária, com respetivo estacionamento.
A obra do Centro de Alojamento Temporário de Ervedal da Beira, que surge na conversão de uma antiga escola primária, foi concretizada ao abrigo da candidatura do Município de Oliveira do Hospital à Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário. Com um investimento superior a 520 mil Euros, financiados em grande parte pelo Plano de Recuperação e Resiliência, o “edifício histórico” tem a capacidade de acolher 14 pessoas que necessitem de soluções de alojamento de emergência e não só. “Tem uma multiplicidade de utilizações”, referiu na ocasião José Francisco Rolo. Para o presidente da autarquia oliveirense, a estrutura serve, sobretudo, “para dar resposta em primeira linha”, sob a coordenação do Gabinete de Ação Social do Município.
Num “momento emotivo”, o autarca realçou a importância de colocar estes edifícios “ao serviço da população”, sendo que muitos deles “correm o risco de ficar devolutos”. “Vamos continuar nesta senda de recuperar estes espaços. Temos que dar resposta a quem precisa. Um dia podemos ser nós”, frisou.
Na ocasião, José Francisco Rolo avançou que os Alojamentos Temporários de Ervedal, de Travanca de Lagos e de Seixo da Beira estão prontos e representam um investimento que ronda os 864 mil Euros, sendo que 791 mil Euros são financiados pelo PRR. Adiantou também que “está uma candidatura em apreciação para habitação a custos acessíveis com a criação de nove novos fogos” no concelho.
Por sua vez, Carlos Maia, presidente da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, recordou “as muitas gerações que por ali passaram” antes de a escola primária fechar portas com a criação da Escola Básica da Cordinha em 1993. “As escolas foram-se degradando, chovia cá dentro”, afirmou, lembrando a catástrofe de 15 de outubro de 2017 que destruiu metade do edifício. O desejo de Carlos Maia era que aquela estrutura fosse transformada numa “pousada para atrair turistas”, no entanto, “não havia programa de financiamento para tal”. Agora, “está tudo novo” pronto a receber quem mais precisa.
“Dignidade na hora da despedida”
Neste momento está também ultrapassada uma lacuna que existia em Ervedal da Beira: a inexistência de um local digno para fazer velórios. Surge, assim, a Casa Mortuária, uma obra “há muito ansiada” como referiu Carlos Maia. Até então, as últimas despedidas decorriam na “antiga Capela Senhora da Piedade”, no entanto o espaço já era desajustado para o efeito.
A obra, que representa um investimento de 96 mil Euros, contou com o financiamento da Câmara Municipal, da União de Freguesias e Fábrica da Igreja, assim como contou com donativos particulares. Para o parque de estacionamento envolvente da Casa Mortuária foram investidos cerca de 23 mil Euros, grande parte suportados pela autarquia oliveirense. “É uma obra para todos os ervedalenses, que vai proporcionar mais conforto e melhores condições”, disse Maia.
A defender que “a vida tem que ter dignidade desde o momento em que nascemos até ao momento da partida”, Rolo considerou que a obra “dá dignidade na hora da despedida”. Quanto ao parque de estacionamento, destacou “o espaço amplo e renovado que vem valorizar a freguesia”.
Os momentos de inauguração contaram com a presença de José Carlos Alexandrino, presidente da Assembleia Municipal, do executivo da União de Freguesias, de Carlos Carvalheira, natural de Ervedal e diretor do Agrupamento de Escolas e inúmeros ervedalenses. Os dois edifícios foram benzidos pelo pároco António Loureiro.













