A polémica em torno dos nomes a homenagear no próximo dia 7 de outubro, Dia do Município de Oliveira do Hospital, está longe de ficar sanada. Na última reunião da Assembleia Municipal, Rui Monteiro acusou os vereadores que abandonaram a reunião de Câmara de terem “tiques ditatoriais e despóticos”.
A começar por lembrar o resultado das eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021 que ditaram que “o PS governa e o PSD é oposição”, Rui Monteiro, deputado do PS, considerou a atitude dos vereadores “do tipo se não me passas a bola vou para casa e o jogo acaba”. Porém, logo esclareceu que “os donos do campo e os donos da bola não são os senhores, são os cidadãos de Oliveira do Hospital, que em 26 de setembro recusaram dar ao PSD quer a bola, quer o campo”. Numa intervenção cáustica, Monteiro acusou ainda o PSD de Oliveira do Hospital de “fugir e desertar”.
Foi mais longe ao considerar que o PSD “ao fazer o que fez é rejeitar os nomes propostos para serem homenageados no Feriado Municipal”. Do mesmo modo, criticou a conferência de imprensa da oposição usada para “justificar o injustificável e para provar que estão vivos, quando se não estão mortos, estão moribundos”.
Reagiu ainda às acusações de “sectarismo e partidarite” que tinham sido feitas pela oposição para afirmar que “sectarismo e partidarite é tentar impor nomes só porque sim e aproveitar-se do dia do concelho para fazer política rasteira”.
O tom e teor da intervenção não caíram bem junto do PSD na Assembleia Municipal, tendo levando o deputado Rui Abrantes a solicitar resposta “em defesa da honra”, pedido que foi rejeitado pelo presidente da Assembleia, José Carlos Alexandrino, notando que os visados foram os vereadores da oposição e que poderiam usar da palavra depois de autorizados pelo presidente da Câmara.
José Francisco Rolo acedeu ao pedido de intervenção apresentado por Rui Fernandes que, visivelmente insatisfeito, se dirigiu a Rui Monteiro para lhe recomendar “verticalidade e respeito”. “O senhor não teve respeito”, afirmou o social democrata, notando que o PSD “já foi muito claro” em relação aos nomes das pessoas que vão ser homenageadas. “Temos perfeita consciência do que fizemos e não andamos com guerrilhas”, reagiu Rui Fernandes, notando que numa altura em que a ata da reunião ainda não era pública, foi o PS que tornou a situação pública em comunicado e o PSD fez uma conferência de imprensa. “Doravante exijo que o senhor nos trate com respeito, tal como o tratamos a si”, concluiu.