A Igreja da Misericórdia de Galizes, na freguesia de Nogueira do Cravo, acolheu ontem o ato de tomada de posse dos novos órgão socais da Santa Casa da Misericórdia de Galizes (SCMG). Reconduzido provedor da Misericórdia, onde há 10 anos iniciou funções, Bruno Miranda reafirmou “os sonhos e ambições coletivas enquanto instituição” tendo em vista um futuro “equilibrado e sustentado” da SCMG.
Numa tomada de posse bem diferente das anteriores, Bruno Miranda considerou mesmo estar diante de “um momento triste e inimaginável no passado”. “Experienciamos as restrições, o medo e a angústia que o novo vírus nos trouxe, condicionando a nossa forma de viver e de estar em comunidade, com necessário distanciamento social entre as pessoas”, prosseguiu o provedor , na certeza de que “juntos venceremos esta enormíssima guerra, com o menor número de baixas possível”.
Ainda antes de olhar para o futuro, o provedor olhou para os 10 anos de dedicação à “secular misericórdia”, notando que “nestes 10 anos muito trabalho foi realizado, muitas conquistas foram operadas, nunca nos desviando do trabalho que compete às misericórdias, com especial evidência no trabalho social.”
A tomar posse como provedor da SCMG, para o quadriénio 2021/2024, Bruno Miranda reafirmou “os sonhos e ambições coletivas enquanto instituição de persecução de antigas e novas vontades e anseios transportando a Misericórdia para o futuro, de forma equilibrada e sustentada”. Pese embora “a guerra” que se está a viver, a pandemia, Bruno Miranda considerou que a instituição tem pela frente “muitas batalhas” que deseja “vencer”.
No horizonte está o Centro de Acolhimento Temporário para a deficiência, que está em “formulação arquitetónica” e a construção dos edifícios da nova creche do núcleo museológico “já aprovados em projeto, e em fase final de preparação para avançar para a realização dos concursos públicos de entrega das empreitadas”.
Bruno Miranda destacou ainda a “reformulação /reconstrução da antiga escola de Galizes a converter em Centro de Dia, e a “esperança de encontrar, na localidade, um terreno para a construção de uma ERPI (Estrutura Residencial para Idosos) e que constitui o “sonho de todos os nossos irmãos e comunidade”.
“Temos vontade, temos ideias, temos projetos e acrescentamos valor e dignidade ao concelho, ao distrito e ao país”, asseverou o provedor, que também destacou “as equipas de colaboradores que valorizam e acrescentam em termos humanos e técnicos”. A salvaguardar que “numa equipa de 100 colaboradores nem todos incorporam a mesma missão e abnegação”, Bruno Miranda acabou por enaltecer “o trabalho da quase generalidade dos colaboradores.”. De modo particular apreciou a dedicação dos colaboradores que, no passado Natal e passagem de ano, por ocasião do surto viral detetado na Casa S. João de Deus, “prescindiram do conforto do seu lar, do afago das suas famílias e da sua liberdade pessoal, para estarem confinados na instituição a cuidar dos utentes também infetados”.
No início do novo mandato, na liderança da SCMG, Bruno Miranda exigiu ao Estado “a responsabilidade inerente à parceria mantida no desenvolvimento de respostas sociais e manutenção de muitos postos de trabalho”. Ao “poder local”, o provedor manifestou “total disponibilidade para manutenção das necessárias e habituais parcerias”. Já aos parceiros, clientes e comunidade, o responsável apelou “à continuidade de confiança recíproca depositada na senda da valorização do tecido económico, social e industrial”.
Para além da irmandade da SCMG, elementos dos órgão sociais e técnicos da instituição, marcaram presença o pároco Rodolfo Albuquerque, provedores de outras Misericórdias, o vice-presidente do Município de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, o vereador do desporto, Nuno Ribeiro e o presidente da Junta de Freguesia de Nogueira do Cravo, Luís Nina. D. Virgílio Antunes, Bispo de Coimbra esteve ausente por se encontrar no Vaticano.
O ato de tomada de posse foi conduzido por Manuela Pinto, presidente da Mesa da Assembleia Geral no mandato anterior. Na ocasião considerou que “todos devem encarar “como um privilégio poder fazer parte desta Misericórdia e sobretudo servi-la, sem nos servirmos dela”. “Este deve ser o propósito de todos aqueles que com empenho, determinação e dedicação e entrega, olham as misericórdias como instituições de cidadania e democracia.
À margem da tomada de posse, Bruno Miranda indicou à Rádio Boa Nova que, ontem, foram repetidos os testes aos utentes e colaboradores infetados com Cobvid-19, esperando que, a maioria, tenha resultado negativo.
Conheça os elementos que ontem tomaram posse:
José Alexandre Rodrigues da Costa