Os onze elementos dos Bombeiros Voluntários do Fundão, que foram detidos hoje, já conheceram as medidas de coação após terem sido ouvidos. Todos os suspeitos ficaram em liberdade, mas com Termo de Identidade e Residência e proibição de contacto com a vítima, um jovem de 19 anos.
Em comunicado, o Tribunal do Fundão revelou ainda que os 11 bombeiros ficaram proibidos de contactos com a vítima, também bombeiro, sendo que oito ficaram impedidos de entrarem e frequentarem o quartel.
Segundo o tribunal, os 11 bombeiros estão ainda proibidos de frequentar e permanecer na residência e trabalho da vítima e de se aproximarem a menos de 500 metros e proibidos de contactar com os demais arguidos e testemunhas dos autos.
A decisão do tribunal considerou os “elementos de prova recolhidos até ao momento” e verificou haver “perigos de continuação da atividade criminosa, perturbação do decurso do inquérito e perturbação da ordem e tranquilidade públicas”.
Três destes bombeiros estão ainda obrigados a apresentações periódicas, uma vez por semana, à quarta-feira, no posto territorial da respetiva área de residência.
Os oito bombeiros impedidos de entrar e frequentar o quartel poderão ver esta medida ser levantada, “com exceção de grave, documentada e fundamentada situação em que esteja em causa o perigo das populações, nomeadamente de grave incêndio, e a força de trabalho dos arguidos seja absolutamente imprescindível à salvaguarda da vida, integridade física e/ou património referidas populações”.
De notar que seis bombeiros detidos pela PJ estão indiciados pela prática de dois crimes de violação e um crime de coação sexual, três outros pela prática de um crime de violação e um de coação sexual e dois por crime de violação.
Recorde-se que “a vítima é um jovem bombeiro de 19 anos, que foi “sujeito a atos sexuais violentos, numa duvidosa praxe”.
Os factos, que terão acontecido no interior do quartel, no âmbito de uma praxe ao novo membro da corporação, ocorreram no mês de setembro, tendo sido denunciado às autoridades pela própria vítima, com o apoio do Comando desta corporação que, segundo a PJ, “em todo o momento colaborou com a Polícia”.
Associação dos Bombeiros Voluntários do Fundão admite expulsão dos suspeitos
Os Bombeiros Voluntários do Fundão garantiram hoje que haverá “consequências disciplinares, laborais e institucionais”, incluindo se necessário a expulsão, caso se venham a confirmar os factos de que são acusados 11 elementos da corporação.
Numa nota enviada à comunicação social, a direção da Associação Humanitária e o comando do Corpo de Bombeiros do Fundão explicaram que, assim que tiveram conhecimento dos factos, “determinaram de imediato a abertura dos respetivos processos disciplinares, de modo a averiguar internamente o ocorrido e assegurar o cumprimento rigoroso dos deveres e responsabilidades institucionais”.
A direção e o comando dos bombeiros do Fundão vincaram também que, desde o primeiro momento, prestaram apoio integral ao bombeiro que apresentou a queixa, ouviram os envolvidos e colaboraram com as entidades competentes.
“Embora fosse previsível o impacto negativo decorrente da divulgação pública destes acontecimentos, prevaleceu sempre a defesa e a proteção do bombeiro que denunciou a situação”.
Face às declarações prestadas pelo comandante José Sousa, salientam que da queixa e dos depoimentos recolhidos até agora, “ficou claro para o comando “que o grau de envolvimento e de conhecimento dos vários elementos não é uniforme”.
Acrescentam também que, face aquilo que já é conhecido, é expectável que após conclusão da investigação interna “existam motivos para aplicar medidas disciplinares gravosas, incluindo, se necessário, a expulsão do corpo de bombeiros”.
A direção e o comando deixam um apelo à população para que mantenha a confiança na Associação Humanitária.
LUSA / Notícias ao Minuto






























