Os alunos do 1.º ao 12.º ano retomam hoje as atividades letivas, mas longe das escolas, regressando das férias antecipadas para o já conhecido ensino à distância, que marcou o final do ano letivo passado.
No total, são cerca de 1,2 milhões de alunos que voltam a ser obrigados a trocar, por tempo indefinido, as salas de aula pelas suas casas, quase um ano depois de, em março, o Governo ter encerrado as escolas e implementado o ensino a distância para conter a pandemia de covid-19.
Se no ano passado o novo regime surpreendeu a comunidade educativa, desta vez já se previa essa possibilidade quando, há duas semanas, se anteciparam as férias e suspenderam as aulas.
Em declarações à Lusa, os presidentes de duas associações de diretores confirmaram que as escolas e os professores estão hoje mais bem preparados para o ensino a distância, mas preveem, ainda assim, constrangimentos semelhantes aos registados no ano passado.
Na lista das preocupações, constam sobretudo a falta de computadores e acesso à Internet para acompanhar as aulas ‘online’, a fragilidade de alguns alunos decorrente do seu contexto familiar e socioeconómico, e a dependência dos alunos mais novos.
Para minimizar algumas dificuldades, da parte do Governo há a promessa de mais 335 mil computadores, que deverão ser distribuídos ao longo do 2.º período, além da compra de outros 15 mil ainda sem data prevista para chegar, e dos 100 mil já entregues em novembro.
Há também o programa #EstudoEmCasa, lançado no ano passado, que continua a transmitir aulas na RTP Memória, e novas orientações do Ministério da Educação para as aulas ‘online’, para que haja “um equilíbrio entre atividades síncronas e assíncronas”, em função dos níveis de ensino e das turmas.
As aulas do #EstudoEmCasa para o Ensino Secundário também vão estar disponíveis na televisão já a partir desta segunda-feira, dia 8 de fevereiro. A informação foi dada este domingo à noite numa nota enviada às redações pelo Ministério da Educação.
O #EstudoEmCasa passa, desta forma, a estar disponível na televisão, do 1.º ao 12.º anos de escolaridade, de segunda a sexta-feira. Os blocos pedagógicos temáticos diários do Ensino Básico são transmitidos na RTP Memória e os do Secundário nos canais 8 e 444, das 09h00 às 16h30, com interpretação em língua gestual, detalha o ministério da Educação.
De recordar que todos os conteúdos, do Básico ao Secundário, “permanecem disponíveis na RTP Play, através da app #EstudoEmCasa, e nas plataformas de videoclube nas diferentes operadoras de cabo”.
#EstudoEmCasa nas várias plataformas
Internet: https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/ (emissão de cada dia on demand e módulos individualizados); e em https://estudoemcasa.dge.mec.pt/ (recursos educativos utilizados na aula);
APP: #EstudoEmCasa – https://www.rtp.pt/instale-estudoemcasa/
Televisão – Ensino Básico:
- TDT – posição 7
- MEO –posição 100
- NOS – posição 19
- Vodafone – posição 17
- Nowo – posição 1
Televisão – Ensino Secundário:
- TDT – posição 8 (posição 9 nos Açores e na Madeira)
- MEO, NOS, Vodafone e Nowo – posição 444
As estruturas sindicais têm manifestado nos últimos dias desagrado com a forma como o regresso do ensino tem sido gerido e o Sindicato de Todos os Professores (STOP) anunciou que vai manter um pré-aviso de greve de uma semana, a partir de hoje, exigindo condições para o ensino à distância e acusando o Governo de “irresponsabilidade”.
À semelhança do que aconteceu no ano passado, algumas escolas vão manter-se abertas para acolher os filhos de trabalhadores essenciais, e agora também as crianças com necessidades educativas e todos aqueles identificados como pertencendo a grupos de risco. No total, são cerca de 700 escolas, que a meio da semana passada eram frequentadas por mais de 2.500 alunos, esperando-se mais com o início das aulas.
Além destes grupos, os diretores escolares e as famílias querem que estas escola possam também ser uma opção para as crianças com maiores dificuldades de acesso ao ensino ‘online’ e em contextos familiares mais frágeis.
O ensino a distância durará pelo menos duas semanas, mas o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, assegurou que a prioridade do Governo é abrir as escolas o mais rapidamente possível, uma decisão que dependerá da evolução da pandemia de covid-19.