Daniela Guímaro e Mafalda Correia do 10º ano do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital (AEOH) venceram, no passado dia 29 de março, a fase distrital do Euroscolas ao sensibilizarem para a desinformação e fake news, temas da edição deste ano do concurso organizado pelo Parlamento Europeu.
Com 15 anos, as alunas dos cursos de Ciências e Tecnologias e Ciências Socioeconómicas vão representar o distrito na fase nacional do concurso que conta com a parceria da Assembleia da República e do Instituto do Desporto e da Juventude.
De acordo com a jovem Daniela Guímaro, o projeto desenvolveu-se em duas fases: a primeira consistia numa espécie de tese, onde foram abordados os temas das redes sociais e da desinformação” e a segunda tratava-se de defender o trabalho escrito, onde as participantes decidiram “representar, em jeito de teatro, uma peça sobre a desinformação na atualidade, também com um olhar sobre a guerra na Ucrânia”.
Orgulhosas por representarem o distrito no próximo desafio, Daniela e Mafalda revelam que avançaram com a participação “com o incentivo dos professores” que têm. “A nossa escola tem professores excelentes que incentivam a participar em todos os projetos”, afirmou Mafalda Correia. As jovens, que já faziam parte do Parlamento dos Jovens, defendem que “aliar o Euroscolas com o Parlamento foi uma mais-valia”.
A defenderem que “o tema da política é muito interessante”, as alunas lamentam que “os jovens demonstrem um desinteresse” por aquilo que se passa no país e no mundo.
“A desinformação é um tema muito atual e nós temos de adquirir as ferramentas necessárias para lidar com ela. Os jovens estão, cada vez mais, em contacto com as redes sociais e têm o papel de estarem informados, distinguindo notícia reais e falsas”, sublinhou Mafalda Correia.
Daniela Guímaro não tem dúvidas de que “a desinformação contribui para a comunidade criar um pensamento mais crítico” e, por isso, “é muito importante a existência destes projetos elucidativos” que “contribuem para a educação dos jovens que não estão atentos a estas problemáticas”. “A maioria da juventude não acha necessário fazer uma pesquisa correta, acreditam nas notícias falas e nada fazem para o contrariar”, lamentou Daniela Guímaro.
Falando concretamente da pandemia da Covid-19 e da guerra, as alunas lamentam que os seus colegas “não tentem criar uma opinião sobre o que se passa”. “Nós, enquanto cidadãos, devemos criar uma opinião sobre os mais diversos assuntos porque só assim podemos contribuir para a sua solução”, frisou Mafalda. A ideia é partilhada por Daniela que defende que “se queremos participar e fazer parte da democracia europeia, temos de usar a nossa voz”.
Coordenadora do Clube Europeu do AEOH há mais de 20 anos, é com orgulho que Fátima Couceiro vê as suas alunas interessarem-se por assuntos pertinentes da sociedade. “Achamos que faz todo o sentido participar nesta iniciativa do Parlamento dos Jovens”, referiu. Apesar de considerar que as jovens em questão “dominam temas relevantes da União Europeia”, a docente mostra-se, porém, preocupada “com a imagem de que às vezes os jovens passam de não se interessarem”. Ainda assim, destaca o facto de o Agrupamento ter sempre representantes nestes projetos. “Conseguimos ir sempre buscar alguns alunos que já sabem o que querem e que o futuro lhes pertence, jovens que querem fazer algo para melhorar o país e a Europa como estas duas estudantes que são muito interessadas, disponíveis e colaborantes”, disse. De acordo com Fátima Couceiro, a Escola Secundária de Oliveira do Hospital já venceu o concurso nacional por duas vezes, levando os alunos a Estrasburgo.
Igualmente orgulhoso, Carlos Carvalheira, diretor do AEOH, congratula-se pela conquista das alunas que poderão ainda vencer a nível nacional. Para o responsável, “para além das aulas normais”, “a escola tem o objetivo de proporcionar aos alunos a participação em atividades e projetos que lhe deem formação e experiências únicas”.
“Para nós, é extremamente importante continuar a apostar em inovar e ser criativo, fazendo com que os alunos tenham o maior número de experiências possível, neste caso, que tenham outra visão da sociedade e do mundo em geral”, sustentou.
Caso as alunas vençam o concurso do Euroscolas, 25 alunos terão a possibilidade de participar numa sessão do Parlamento Europeu, onde vão participar mais de 700 jovens de todos os países da União Europeia. A iniciativa é inserida no Parlamento dos Jovens que culmina com a realização de duas sessões nacionais na Assembleia da República.