Desde ontem, dia 4 de janeiro, cerca de 1200 alunos do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital, do 2º ciclo até ao 12º ano, estão a ter aulas online devido à Covid-19.
O diretor do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital considerou esta manhã, no programa “Outras Conversas” da Rádio Boa Nova, que a escola tem que ser responsável no atual momento de pandemia, em que no concelho o risco de contágio atingiu o nível máximo- de extremamente elevado.
Esta manhã, na Rádio Boa Nova, Carlos Carvalheira explicou ter sido “alertado, no domingo de manhã pela delegada de saúde para essa iminência”, pelo que logo começou a “perspetivar que na segunda feira”, o 2º período se iria iniciar com “ensino não presencial”. “Durante o período da tarde recebi um email da Srª Delegada de Saúde, validado pelo Sr. Diretor Regional de Saúde e com validação da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares a dar-me essas orientações. Ou seja, todos os alunos do 2ºciclo até ao 12º ano entrariam em regime não presencial, porque no concelho há um nível extremo de risco de contágio”.
Após 15 dias de interrupção letiva (férias de Natal), Carlos Carvalheira considera que “a escola tem responsabilidade e tem que ter solidariedade pelo que se está a passar no concelho”. “Como instituição com um numero tão significativo de potenciais disseminadores da doença entendeu a Srª Delegada de Saúde que era a melhor forma para mitigar a evolução da pandemia”, referiu.
O primeiro período escolar foi “difícil” para o Agrupamento de Escolas, considerando o diretor que “não é uma situação fácil de gerir devido a este grande universo e diversidade de escolas”. “Nós abarcamos o concelho todo. A escola soube-se preparar e implementar as medidas necessárias para tentar retardar ao máximo o aparecimento de casos positivos no agrupamento. Infelizmente apareceram. Nem que tivesse só aparecido um era preocupante”, constatou.
A contabilizar entre 32 a 33 casos ativos, entre alunos professores e funcionários, no 1º período escolar, Carlos Carvalheira assegura ser uma pessoa “transparente”, tal como a escola, que é “uma instituição que merece respeito e que é transparente e objetiva e não quer de forma nenhuma esconder o que quer que seja”. “Felizmente todos recuperaram ou estão em fase de recuperação”, informou.
A esta altura, são cerca de 1200 alunos que se encontram em ensino à distância num período estimado de 14 dias, mas que “poderá ser alargado ou antecipado”. A situação vai ser reavaliada, notando contudo o diretor que o próprio “não tem autonomia para fechar a escola, mandar uma turma para casa ou antecipar as férias”. “Tudo tem que ser validado pelo Ministério da Educação, sob indicação da autoridade de saúde local e regional. Só a partir daí é que eu terei ordem para fazer o que quer que seja”, adiantou.
Quanto ao facto de os alunos do pré-escolar e 1º ciclo se manterem com aulas presenciais, Carlos Carvalheira verifica que comparativamente com concelhos como Pinhel e Tavira, se assiste a uma “coerência na medida” aplicada. Por outro lado, no entender do responsável “ no período de confinamento os alunos mais prejudicados foram os pré escolar e 1º ciclo pelas dificuldades do manuseamento, terem que estar sempre acompanhados enquanto que os alunos do 2º ciclo não precisarão tanto”. “Até mesmo a característica do ensino do 1º ciclo é diferente do ensino do 2º ciclo. O 1º ciclo tem um ensino mais personalizado. E também terá a ver com a parte económica, já que requer que o encarregado de educação fique em casa e não vá trabalhar”, observou.
Carlos Carvalheira apelou a toda comunidade educativa para que mantenha “a confiança” e ”acredite no trabalho da escola e das entidades competentes que gerem esta situação”.