O novo centro interpretativo do palito está instalado na Casa do Monte, edifício utilizado no seculo XVIII, para alojar convidados do mosteiro que assistiram à transladação das Santas Rainhas, Teresa e Sancha.
Este novo núcleo museológico tem como tema central, o palito, verdadeiro objeto icónico de Lorvão e de Penacova, conhecido e reconhecido nos quatro cantos do mundo.
O percurso expositivo está dividido por oito salas que retratam a origem do palito, os vários tipos, o artesanato, o quotidiano em Lorvão ligado à manufatura, a etnografia, a industrialização, etc.
A manufatura dos palitos tem origem no mosteiro de Lorvão. Começaram por ser feitos pelas monjas, para decorar a doçaria conventual, e, mais tarde, pelas criadas, que os trouxeram para fora de portas.
A primeira referência aos palitos remonta ao século XVII. Alguns documentos da época fazem alusão a despesas relacionadas com a utilização de palitos no mosteiro.
A extinção das ordens religiosas, no século XIX, contribuiu para disseminar os palitos pela população. A manufatura extravasou as portas do mosteiro e rapidamente se tornou numa importante fonte de rendimento para os habitantes de Lorvão e povoações vizinhas.
A abundância de matéria-prima na região, sobretudo madeira de salgueiro-branco e choupo deu um forte contributo à sua expansão.
No novo centro interpretativo é possível observar vários tipos de palito: pá e bico, flor e pestana, de dois bicos, serrados, entre outros.
A manufatura do palito inspirou a criação de outros artefactos em madeira representativos do património do concelho, tais como as miniaturas da roda, do moinho de vento e da barca serrana, peças que nasceram das mãos da artesã Fátima Lopes.
No início do século XX surgem em Lorvão as primeiras sociedades que se dedicavam à comercialização de palitos feitos à mão.
Os palitos ganham prestígio e são premiados em várias feiras e exposições, no país e no estrangeiro, pela perfeição e acabamento, não só do palito, mas também das embalagens.
Numa das salas do novo centro é possível observar um conjunto de paliteiros, de vários formatos e materiais, que foram cedidos pelo Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. O centro interpretativo conta ainda com vários testemunhos de habitantes locais, em suporte vídeo, que recordam estórias e experiências vividas durante a manufatura do palito.
O centro interpretativo do palito, a funcionar na Casa do Monte, está aberto diariamente.