O candidato à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, pela coligação “Construir o Futuro ” PSD/ CDS-PP, afirmou hoje que a sua lealdade “foi sempre em relação ao presidente da Câmara” e que “não há nenhum projeto que tenha deixado de ser aprovado por incompetência, incúria, descuido ou facilitação ” da sua parte . Em entrevista à Rádio Boa Nova, no arranque do ciclo de entrevistas Autárquicas 2021, Francisco Rodrigues assegurou que é um “técnico com 37 anos de experiência, que vai trazer para o desempenho político, a competência, experiência e capacidade de projetar o futuro diferente de qualquer um dos adversários.
“A minha lealdade foi sempre em relação ao presidente da Câmara e no convencimento de que as sugestões e conselhos que eu lhe dava, eram as que melhor correspondiam às minhas ideias de interesse público. Nunca lhe dei nenhuma ideia que pudesse corresponder ao prejuízo do interesse público e a favor de determinado tipo de privilégios pessoais, e individuais destes ou daqueles políticos. Talvez por isso, muitas vezes não tenho sido ouvido, em muitas coisas que eu lhe recomendava que fossem feitas.
Isto não resulta de nenhuma ambição pessoal. A minha ambição pessoal é a mesma que sempre foi. Entrei a 16 de janeiro de 1984 na Câmara Municipal, com a vontade de ter uma prestação digna e honrada naquilo que fiz. Entrei como contínuo, hoje sou técnico da Câmara Municipal.
Estou aqui porque tive a indicação de que ela (a mãe) gostaria que eu desse este contributo à sociedade.
Disse bem, que eu era o homem de confiança do presidente da Câmara , foi exatamente assim que eu sempre me vi. Nunca fui o homem de confiança do José Carlos Alexandrino. Posso ser amigo dele, como era, e por mim continuaria a ser. Ele, por qualquer razão, entendeu que deveria deixar de ser meu amigo e de me continuar a falar.
Eu fui convidado pelo professor José Carlos Alexandrino para ser o diretor executivo da empresa de Águas Públicas da Serra da Estrela, com um argumento de que precisava de ter nas águas alguém da sua inteira confiança. Só não aceitei porque não encontro viabilidade naquela empresa. Não acredito na viabilidade económica daquela empresa.
A minha lealdade foi sempre em relação ao presidente da Câmara e no convencimento de que as sugestões e conselhos que eu lhe dava, eram as que melhor correspondiam às minhas ideias de interesse público. Nunca lhe dei nenhuma ideia que pudesse corresponder ao prejuízo do interesse público e a favor de determinado tipo de privilégios pessoais, e individuais destes ou daqueles políticos. Talvez por isso, muitas vezes não tenho sido ouvido, em muitas coisas que eu lhe recomendava que fossem feitas.
Costumo dizer uma frase: as pessoas medíocres discutem sobre pessoas, as pessoas inteligentes discutem sobre ideias. Eu não quero entrar na discussão se a pessoa em causa é melhor, é pior, se foi leal ou desleal. A minha defesa é em relação aos factos.
Não há nenhum projeto na Câmara que tenha deixado de ser aprovado por incompetência, por incúria, descuido ou facilitação da minha parte .
No dia 18 de junho de 2020, numa viagem que fizemos a Lisboa, comuniquei ( ao presidente da Câmara) a minha intenção de ser candidato. Não tenho nada contra o José Francisco Rolo, mas ele durante estes anos todos não foi capaz de se preparar suficientemente bem para a missão que lhe esteva destinada.
Não é a primeira vez que acontecem coligações para as autarquias. Contar com Francisco Rodrigues dos Santos (líder nacional do CDS-PP) é um privilégio muito grande porque se trata de um oliveirense de uma enorme competência e é daquelas famílias a quem todos gostaríamos de pertencer, que são de facto uma referência.
Infelizmente, vivemos num concelho onde o pluralismo democrático não é assim tão existente e valorizado como devia. Nós sabemos as dificuldades, relativamente, a algumas pessoas com quem nós contactamos e que, imediatamente a seguir, estão a ser alvo de pressão. Há, de facto, situações muito concretas de dinheiro da Câmara Municipal que está a ser usado para condicionar ou para pagar faturas a pessoas que acabaram por ser disponibilizar para pertencer a listas do Partido Socialista. Há factos que serão apresentados no seu devido tempo.
Tivemos durante muito tempo a ideia de que tínhamos um projeto revolucionário da área da Saúde para o concelho. Ao termos uma Unidade de Saúde Familiar estamos muito mais bem preparados, para depois reivindicarmos as condições para a criação do serviço de Urgência Básica, que é aquilo que podemos ambicionar.
Se nós não fizermos nada para criar empresas , o desenvolvimento económico do concelho fica dependente do que temos. Precisamos de encontrar outras soluções, que nos façam regressar aos tempos da nossa memória em que éramos o 3º ou 4º concelho do distrito em termos de desenvolvimento.
Pretendo fazer diferente. Criar condições para a criação de empresas. Não podemos ter uma escola superior em Oliveira do Hospital e não tirarmos proveito disso, do ponto de vista de criação efetiva de riqueza. Temos de ser capazes de tornar o concelho um espaço onde se instalem empresas de tecnologia e gerem oferta de emprego para pessoas qualificadas.
Sabemos que há instrumentos na Câmara Municipal que foram criados com a melhor das intenções, teoricamente, no sentido de prestar apoio a pessoas em situação de carência económica. Se formos verificar todos os apoios que foram dados nessa área, uma grande quantidade de pessoas não correspondiam a esse conceito de estado de necessidade temporária. Houve afetação de recursos municipais a satisfação de necessidades do ponto de vista pessoal de pessoas que tinham relacionamento próximo com o presidente da Câmara ou com o vice-presidente.
Eu prefiro, com toda a franqueza que me chamem técnico, em vez de político . Se me chamassem só político estavam a desqualificar-me com toda a certeza. Sou o técnico com 37 anos de experiência que vai trazer para o desempenho político, a competência, experiência e capacidade de projetar o futuro diferente de qualquer um dos adversários.
Eu quero afirmar-me pelas minhas propostas, capacidades e competências. Não pela desvalorização dos meus adversários. Esta é a minha postura na campanha eleitoral. E quando alguém me apanhar a ter uma fragilidade dessas, chamem-me à atenção porque eu nesse dia desisto da candidatura.
A minha expectativa é de que só dois partidos serão eleitos para a Câmara Municipal. Quero ganhar por maioria e por maioria é quatro por três”.
Veja ou reveja a entrevista na íntegra: