A fábrica de Oliveira do Hospital da Sonae Arauco vai crescer. A empresa de painéis derivados de madeira investiu oito milhões de euros na construção de uma nova unidade de pré-triturado, para reforçar a disponibilidade de madeira reciclada, e vai avançar com a construção de dois novos armazéns. O primeiro, de 12.000 metros quadrados, estará pronto até ao fim do ano e, o segundo, de 13.000 metros cúbicos, até 2026, expandindo o espaço da unidade para os terrenos nas imediações. Objetivo é produzir produtos com 85% de madeira reciclada.
Depois de ter anunciado um investimento de cinco milhões de euros em dois novos centros de reciclagem de madeira em Portugal, um no Minho e outro em Lisboa, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Sonae Arauco, que emprega 800 pessoas em Portugal e tem 2.600 a nível global, tem já outros investimentos em andamento para reforçar o abastecimento de madeira reciclada que chega às suas unidades de produção.
A fábrica de Oliveira do Hospital, uma das três unidades de produção da empresa no país, onde produz aglomerado de madeira e faz revestimento [em Mangualde produz placas MDF e em Sines produz os químicos que as fábricas necessitam para a sua produção], acabou de inaugurar uma área de produção nova de pré-triturado, num investimento superior a oito milhões de euros.
“Há dificuldade em Portugal de ter disponibilidade de madeira reciclada. Embora estejamos sempre a aumentar os nossos centros de recolha, mesmo assim temos muita dificuldade de ter disponibilidade de madeira para as nossas necessidades”, explicou José António Silva, responsável da fábrica de Oliveira de Hospital, numa visita do ECO à unidade, onde trabalham 206 pessoas.
Segundo José António Silva, a Sonae Arauco conta atualmente com 72% de incorporação de madeira reciclada nos seus produtos, “mas o nosso objetivo é ter 85% até 2025“. “Tendo em conta o que existe no mercado [em termos de madeira reciclada], a oportunidade que vimos foi encontrar no mercado outra matéria-prima, que é a chamada pré-triturada.”
Ao contrário da madeira reciclada, que já chega “em estilhas, pedacinhos pequeninos, esta vem em pedaços até 50 ou 60 cm”. Ao comprar madeira pré-triturada, a fábrica está a “retirar uma fase ao processo”. Com este “investimento grande”, a empresa, de soluções de madeira para mobiliário e construção, que nasceu de uma “joint venture” entre a Sonae Indústria e a chilena Arauco, espera conseguir continuar a aumentar a produção com madeira reciclada nos seus produtos.
Além do investimento nesta nova área de produção, a fábrica da Sonae Arauco de Oliveira do Hospital vai ter ainda novos armazéns, tendo a empresa comprado terrenos à volta da unidade para aumentar o seu espaço. Até ao final do ano vai nascer um novo armazém de 12.000 metros quadrados para albergar as duas expedições de produtos – sem revestimento e aglomerados em cru – e aumentar a capacidade de de expedição, uma vez que o armazém atual mostra-se “muito pequeno” para o que são as necessidades atuais.
A este armazém irá juntar-se um outro até 2026, com a empresa a preferir não adiantar para já valores de investimento para a construção destes dois espaços. Trata-se de um armazém intermédio, com capacidade para 13.000 metros cúbicos, para melhorar a eficiência de produção.
Para já, “a próxima modificação é passar o parque de madeiras para novo local, criar o novo armazém e criar um novo parque de madeiras”, sintetiza o responsável pela fábrica de Oliveira do Hospital.
A Sonae Arauco incorporou, em 2023, 734 mil toneladas de madeira reciclada, sendo a reciclagem de madeira a base do seu modelo de negócio de bioeconomia circular.
Com 2.600 colaboradores distribuídos pelas 23 unidades fabris e comerciais nos nove países onde está presente, a Sonae Arauco exporta os seus produtos para 68 países.
Texto e Imagem: ECO