A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) repudia a gestão de recursos humanos protagonizada pelo atual Ministério da Saúde e lamenta o aumento da despesa do Serviço Nacional de Saúde com a contratação de médicos oriundos de empresas privadas, isto é, “mais 16 por cento entre 2015 e 2016, num total de gastos que ascendeu a 98 milhões de euros”.
Para o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, este despesismo é “uma ameaça que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta e é a prova de que o Ministério da Saúde está a ser incapaz de travar a desorganização no SNS”.
Carlos Cortes verifica que “a atitude da tutela para resolver os graves problemas do setor não passa de puro mediatismo, uma vez que o Ministério da Saúde anunciou o fim do recurso sistemático a empresas de contratação de médicos e, afinal, a despesa com médicos contratados aumentou”.
No caso da região Centro, o presidente da SRCOM nota que “os problemas sucedem-se, a situação é crítica nalgumas unidades de saúde e o desgaste dos profissionais resultará em claro prejuízo para a qualidade dos serviços prestados”. Aponta o exemplo do Centro de Saúde de S. Pedro do Sul, onde “o recurso a empresas de contratação de médicos tem trazido inúmeros problemas ao Serviço de Urgência Básico”. Acrescenta Carlos Cortes: “O Serviço Nacional de Saúde continua num estado calamitoso e o ministro da Saúde tem de fazer o que prometeu”.
A Ordem dos Médicos do Centro reitera, aliás, a total discordância perante o recurso a empresas de recrutamento para suprir a carência de médicos. Face ao cenário ilusório de que as empresas resolvem as falhas nas escalas de serviço, “a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos continuará a pugnar pela qualidade da prestação dos cuidados de Saúde no Serviço Nacional de Saúde, defendendo a contratação efetiva e as carreiras médicas”, garante. “Apostar, de forma clamorosa, num modelo despesista e que não contribui para o futuro do Serviço Nacional de Saúde, merecerá o nosso forte repúdio. Estamos perante uma política desastrosa de gestão recursos humanos”, denuncia Carlos Cortes.