O projeto dos novos balneários do Estádio Municipal de Oliveira do Hospital “teve de ser reajustado” devido a “problemas no solo”. O tema foi assunto na reunião pública, onde a colocação de relvado natural voltou a gerar discussão.
Depois de ter sido aberto procedimento em agosto do ano passado, foi feito um “estudo geotécnico” que levou à conclusão de que, ali, não poderia ser construído um edifício com dois andares, como inicialmente estava previsto, em consequência das más condições de aterro.
Esta manhã, na reunião pública do executivo municipal, José Francisco Rolo, presidente do Município, avançou que, com esta “remodelação” no projeto, o terreno adjacente ao estádio, que atualmente está disponível como parque de estacionamento, foi “cedido à autarquia pela empresa Gonçalves & Filhos”.
Anteriormente, a empreitada tinha preço base de 940 mil euros ao qual acresce, agora, “ mais 30 mil euros”, uma vez que também contará com mais valências: três gabinetes de trabalho, um bar, duas salas de gestão, um pequeno ginásio, um gabinete médico, lavandaria, sala de imprensa, gabinete antidoping, sala para treinadores, dois balneários grandes, dois mais pequenos e dois para árbitros”.
“Há 20 anos, os balneários já não tinham condições”, disse Nuno Ribeiro, vereador do Desporto, considerando por isso que é uma “obra fundamental para melhorar as condições das duas centenas de jovens da formação do Futebol Clube de Oliveira do Hospital”.
A revogação do anterior projeto e a abertura de novo procedimento para abrir concurso foram aprovados por unanimidade.
Colocação de relvado natural voltou a gerar discussão
Na reunião de trabalhos, em sequência deste projeto, Francisco Rodrigues, vereador da oposição, logo questionou “qual é a razão de se gastar um milhão de euros na reconversão de um balneário cuja finalidade é apenas servir um campo sintético?”. Também Sandra Fidalgo (PSD/ CDS-PP) questionou se, “com este investimento, a equipa da Liga 3 pode voltar a jogar em casa”.
Nuno Ribeiro logo frisou que “há vários passos a dar”, mas que “não há outros espaços sintéticos para a formação e ali colocar relvado”.
Por sua vez, Nuno Oliveira esclareceu “o estádio é municipal e não do FCOH”. O vice-presidente criticou os “objetivos pessoais da Liga 3 que parece querer salvaguardar os grandes clubes”. “Ao colocar relvado, os 187 jovens da formação não podem jogar ali. É preciso perceber os custos de manutenção e de mão-de-obra que implicaria. O relvado natural não ia aguentar”. “Para onde iriam os jovens da formação? Não faz sentido andar constantemente a mudar de relvado. Temos de ser racionais. Este investimento nos balneários é bem feito pois, à data, não têm condições”, defendeu, acusando Francisco Rodrigues de “não conhecer na prática a situação”.
O presidente da autarquia logo deu por concluída a discussão, salientando que, para o Município, “é um orgulho ter o FCOH na Liga 3 e isso é indiscutível”.