Os professores e educadores de infância realizam, esta sexta-feira, uma greve nacional para reivindicar diversas medidas, tais como poderem aposentar-se mais cedo ou recuperarem os anos de serviço congelado.
Há quase 150 mil docentes desde o pré-escolar até ao ensino secundário e são estes profissionais que estão abrangidos pelo protesto convocado pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
A adesão à greve deverá ser elevada, segundo os resultados do inquérito divulgado esta semana pela Fenprof, segundo o qual 88,3% dos inquiridos consideravam que é preciso continuar a lutar.
Os motivos da greve são antigos e prendem-se essencialmente com medidas de valorização social e material da profissão de educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário.
Através da greve às aulas presenciais e ao ensino à distância, os docentes reivindicam a alteração dos atuais requisitos da aposentação e querem que seja aprovado um regime de pré-reforma.
Quase 90% dos professores gostariam de se aposentar mais cedo e estão dispostos a aderir a um regime de pré-reforma, segundo o inquérito da Fenprof, no qual participaram mais de cinco mil educadores e docentes.
A quase totalidade dos inquiridos (98,2%) consideram que é urgente criar um regime específico que permita a aposentação mais cedo.
Outra das exigências é a “eliminação de abusos e ilegalidades nos horários de trabalho”, já que a maioria considera que os horários estão “desajustados”.
Os docentes também estão quase todos de acordo (96,9%) no que toca a existirem problemas na carreira por resolver, tais como os mais de nove anos de serviço que estiveram congelados e ainda não conseguiram recuperar na totalidade para efeitos da progressão da carreira.
O fim das vagas para aceder ao 5.º e 7.º escalões da carreira docentes (composta por 10 escalões) é outra das medidas pedidas.
Também contestada pelos professores é a transferência de competências para os municípios, por temerem que abra “a porta à ingerência na vida das escolas, à privatização e provocará ainda maiores assimetrias”.
A Fenprof acusa o Ministério da Educação de “bloqueio negocial” que impede as negociações que poderiam resolver problemas como o envelhecimento, a “sobrecarga de horário e de trabalho e o desgaste daí resultante, a precariedade ou todas as injustiças que marcam o atual estado da carreira docente”.
Por causa da pandemia de covid-19, os professores estão também preocupados com a segurança sanitária nas escolas, principalmente por continuarem sem se fazer testes e por existirem estabelecimentos onde não se consegue manter o distanciamento físico de dois metros recomendado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
com: jn.pt