Portugal vai enviar uma companhia de infantaria para a Roménia, composta por 174 militares, anunciou hoje o primeiro-ministro no final da no final da cimeira extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da NATO, na qual participou por videoconferência.
“Portugal, para além das forças que este ano tem afetas ao Comando Europeu da NATO, decidiu antecipar do segundo semestre já para o primeiro semestre a mobilização e o empenho de uma companhia de infantaria que atuará na Roménia e que será projetada nas próximas semanas”, anunciou.
António Costa falava aos jornalistas no Ministério da Defesa Nacional, acompanhado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, depois de ter estado reunido à distância com os líderes dos países membros da NATO para discutir a crise de segurança na Europa à luz da ofensiva militar russa na Ucrânia.
Questionado sobre a dimensão desta força, António Costa confirmou que o número de militares que serão enviados “nas próximas semanas” será de 174, já previsto no plano da participação portuguesa em missões internacionais para 2022, ao abrigo da ‘Tailored Forward Presence’ da NATO.
“Houve uma unanimidade de todos os estados tendo em vista a necessidade de reforçar a presença da NATO nas fronteiras da Ucrânia e em todos os países da Aliança que estão junto às fronteiras da Ucrânia”, justificou, reforçando que “a decisão que tomámos foi antecipar a projeção desta companhia”, reforçou.
O primeiro-ministro adiantou que, nesta reunião, “houve uma convergência total no entendimento de que é fundamental reforçar as ações de dissuasão tendo em conta esta clara violação do Direito Internacional” e ao “facto de haver uma ação militar totalmente injustificada e que constitui um grave desafio à Ordem Internacional”.
“Vários outros países estão neste momento também ou a antecipar, ou a reforçar, ou a decidir reforçar a sua participação junto destes países de forma a termos uma manifestação clara de unidade e de dissuasão face à atuação da Rússia”, acrescentou o chefe de Governo, em declarações aos jornalistas, a partir do Ministério da Defesa.
“Reafirmámos também a necessidade de a Aliança Atlântica, tal como a União Europeia, poder ter uma visão de 360 graus, relativamente à necessidade de reforçar a sua segurança energética, de forma a não ficar tão dependente – como está – do fornecimento de gás natural de origem russa”, indicou.
O primeiro-ministro garante que a hipótese de a NATO intervir na Ucrânia não foi debatida, reforçando que esta “é uma aliança defensiva, atua na defesa das suas fronteiras e, por isso, as medidas que estão a ser adotadas são de dissuasão”.
“Como tem dito o presidente Biden: a NATO defenderá cada centímetro do território dos seus Estados-membros. Não atuará na Ucrânia”, sublinhou.
António Costa reafirmou a disponibilidade do país em receber refugiados, adiantando que o Governo está a operacionalizar uma ação ativa de “identificação de oportunidades de trabalho e também de atribuição imediata de número de Segurança Social e número de contribuinte para que a autorzação de residência possa ter pleno efeito”.