O casal detido pela Polícia Judiciária por suspeita dos crimes de branqueamento e burla qualificada, no âmbito da investigação da burla ‘olá pai, olá mãe’, ficou obrigado pelo Tribunal de Leiria a apresentações bissemanais.
Segundo disse à Lusa fonte policial, após terem sido ouvidos por um juíz de instrução criminal, o casal, de 36 e 23 anos, ficou com as medidas de coação de apresentações bissemanais, entrega de passaporte e proibição de se ausentarem do país.
O Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Leiria da Polícia Judiciária (PJ) deteve um casal em Leiria, após “um intenso processo de investigação que decorria há cerca de 10 meses, e que agrega, à data, um total de 21 inquéritos, espalhados pelo país”.
Fonte da PJ adiantou à Lusa que este casal, de nacionalidade estrangeira, utilizou o mesmo ‘modus operandi’ da burla ‘olá pai, olá mãe’, mas não tem qualquer relação com as outras detenções já efetuadas pela PJ no âmbito do mesmo tipo de crime.
O desenrolar da investigação da PJ apurou que o casal, através de contas próprias e de terceiros, recebia fundos das vítimas, imediatamente dispersados por contas em países europeus e, depois, transferidos para um país sul-americano, para contas que o casal titulava.
“Os valores angariados com as burlas e branqueados pela circulação, via contas nacionais, europeias e destinadas ao país de origem dos detidos, ascendem a largas dezenas de milhares de euros”.
A Polícia Judiciária vai continuar a investigação para a completa quantificação de valores e identificação do número de cidadãos que foram vítimas do esquema criminoso.
Tendo em conta o resultado da prova recolhida, a PJ solicitou ao titular da ação penal (Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria) a emissão de mandados de detenção e a promoção de uma busca domiciliária.
No decurso da busca foi apreendido “relevante acervo de prova, bem como a apreensão de 45 munições de calibre de guerra”.