A Casa Museu da Fundação Dona Maria Emília Vasconcelos Cabral conhecida como ‘Museu Cabral Metello”, localizada na cidade de Oliveira do Hospital, guarda entre portas um espólio riquíssimo que recria os ambientes e vivências da família do conselheiro Francisco Cabral Metello, o ‘Fidalgo’ que, em testamento, deixou expressa a vontade de criação de uma Fundação com o nome da sua mãe.
O solar do século XVIII “transformado em museu” reúne milhares de peças, entre mobiliário, vestuário, elementos decorativos, acessórios, fotografias, escritos, entre outros, alusivos à família a que se foram juntando outras peças clássicas e outras mais contemporâneas que Paulo Marques conhece melhor do que ninguém. Afinal, cada uma das peças passou-lhe pelas mãos para efeito de catalogação e muitas também para restauro, cujas técnicas aprendeu com quem mais sabia e que considera ser “a figura principal deste museu”. “Perdoem-me!”, comenta Paulo Marques que sempre acompanhou o já falecido presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, que também foi presidente da Assembleia Municipal, nesta missão dar cumprimento à vontade do “Fidalgo” e de converter a casa que pertenceu à família materna, numa “Casa Museu”.
“O início da ideia de museu parte de uma carta que o Dr. Simões Saraiva escreve ao Fidalgo a propor-lhe a ideia de criar uma Fundação uma vez que não tinha descendentes”, conta Paulo Marques, notando que essa troca de correspondência, que ocorreu em 1977, se encontra exposta no Museu e é “a primeira certidão de nascimento desta Casa Museu”.
Paulo Marques, funcionário da Fundação, admite poder ser considerado como o “guardião” da Casa Museu, até porque dá “a cara pelo Museu”. “Eu cheguei a viver aqui alguns anos, no início, quando a casa estava mesmo em ruínas e havia o perigo de ser assaltada e de nos levarem muitas coisas”, contou à Rádio Boa Nova. Assume, por isso, que o Museu é a sua “segunda casa, senão mesmo a primeira”. “As pessoas conhecem-me e estou ligado à Fundação e ao Museu desde a primeira hora”.
Conhecedor de cada recanto da Casa Museu e do jardim “romântico” que a envolve, Paulo Marques é quem acolhe os visitantes e os guia pelos vários espaços e ambientes. Desafia a que mais pessoas agendem uma visita e tomem conhecimento deste que é “um património muito interessante”. “Só mesmo vendo”, refere. Garante que “não é um museu cansativo e que vale a pena visitar”.
A entrevista com Paulo Marques é a primeira de um ciclo de entrevistas que a Rádio Boa Nova vai realizar na Casa Museu Dona Maria Emília de Vasconcelos Cabral.