Na sequência do meu anterior artigo fui esclarecido pelo Sr. Prof. José Alexandrino de que estaria a mentir na questão das verbas para a construção do Estádio, em Oliveira do Hospital, por a realidade não ser exactamente como a coloquei.
Evidentemente que agradeço a crítica que me foi transmitida e penitencio-me, não só por não ter verificado que a informação, tomada de boa-fé, estava errada, mas também por ter chegado à conclusão de que o esforço financeiro disponibilizado pelos investidores andaria mais próximo dos 400 mil do que dos 4 milhões referidos. Peço desculpa aos leitores e, em particular, ao Prof. José Alexandrino.
No entanto, e independentemente de a proposta feita em tempo oportuno por esse grupo de empresários ser benéfica ou não ter a valia económica, social e educacional que eu lhe atribuí, a questão fundamental permanece- é a absoluta ausência de uma infra-estrutura desportiva que sirva os interesses não só do FCOH mas de toda a Comunidade.
Facto indesmentível é que os municípios nossos vizinhos dispõem de estádios municipais em condições de albergar competições nacionais e
Oliveira do Hospital não os tem.
Com efeito Tábua, Seia, Nelas, Mangualde, Celorico da Beira, etc, etc, têm essas infra-estruturas com qualidade, mas não têm equipas ao nível das ligas nacionais e nós, que temos a melhor e mais qualificada equipa do nosso distrito, não temos nem estádio, nem instalações
de apoio, de treino, etc…
Não quero levantar nenhuma guerra mas simplesmente exerço, mais que o meu direito, o meu dever democrático de escrutinar a forma como
os poderes são exercidos na nossa Comunidade.
Ontem mesmo, o Sr. Secretário-geral do PS e Primeiro-ministro António Costa afirmou, nas comemoração dos 50 anos do partido, querer um Estado Social forte. Também nós queremos uma Autarquia forte, onde os munícipes não tenham de mendigar aquilo a que têm direito, nem culpabilizar outros pelas decisões tomadas por impreparação, a mesma impreparação que me levou a nem sempre tomar as melhores decisões, ao longo da minha vida profissional.
Penso que, agora e na situação existente, talvez faça sentido o FCOH utilizar o estádio de Tábua mas a estratégia desportiva tem de ser revista porque, sem dúvida, a nossa terra necessita de recintos desportivos onde a nossa juventude possa praticar um treino competitivo, com um nível de formação e exigência adequados ao que a melhor equipa de todo o distrito de Coimbra do ano 2023 merece e exige.
A verdade é que, tanto nesta questão como noutras, Oliveira do Hospital perdeu o protagonismo e as energias herdadas dos princípios dos anos 90, que seria necessário imprimir, para que toda a nossa Comunidade pudesse encarar o futuro mais de acordo com o seu passado…
Carlos Brito
carlosbritopt@yahoo.es ……socio nrº 051
Abril,20,2023