O concelho de Oliveira do Hospital assiste a uma estabilização do número de novos casos diários de Covid-19, verificando-se uma média de “dois a três casos” por dia. Carlos Antunes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa verifica que, desde o dia 3 de julho, “houve uma estabilização”.
Esta tarde, no habitual espaço de análise à pandemia Covid-19, o conhecido especialista referiu que, de acordo com dados disponíveis até ao dia 12 de julho, o concelho registou “35 casos acumulados a14 dias” e apresenta “uma taxa de incidência de 182 casos por 100 mil habitantes”. Carlos Antunes adiantou que o índice de transmissibilidade (Rt) “ainda está ligeiramente acima de um, mas está estabilizado”. “Houve uma subida muito rápida até 3 de julho e, a partir daí, houve uma estabilização”, especificou, verificando que o concelho está agora “com uma média de dois a três (novos) casos por dia”.
Depois de ontem o país ter ultrapassado os quatro mil novos casos num só dia, Carlos Antunes considera que “estamos numa fase de transição”, um período em que “progressivamente vamos tendo cada vez mais proteção através da cobertura vacinal”.
Na Rádio Boa Nova, o especialista explicou que a entrada da variante Delta “alterou um bocadinho a regra do jogo”. “Tivemos que ir, usando linguagem desportiva, para prolongamento. Temos uma quarta vaga que é o prolongamento do jogo e esperamos que não seja necessário ir a penáltis”, comparou.
Esta é uma situação “que exige muita monitorização e cautela individualmente e em termos coletivos, de instituições de saúde pública e do Governo”. “É necessário manter o controlo e não deixar o número de casos subir de uma forma drástica e significativa”, insistiu.
Carlos Antunes verifica que as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Centro e Alentejo se estão a “aproximar do pico”. “O Rt está a baixar e isso quer dizer que nos estamos aproximar cada vez mais do cume da montanha, mas é preciso depois descer a montanha, é preciso ter muita cautela. Estamos com terra à vista, que é uma vacinação acima de 85 por cento completa, mais ainda estamos longe”. Segundo o especialista “temos que moderar o nosso comportamento social, limitar sempre os contactos”. “Se todos o fizéssemos, não seria necessário este conjunto de medidas”, frisou.
Quanto à medida de venda de auto-testes nos supermercados hoje anunciada pelo Governo, Carlos Antunes considera que “há risco associado a isso”. “Se fosse feito de forma consciente e responsável seria bem e teria bom resultado. É mais uma arma que pode ou não dar resultados”, considerou, explicando que ao fazer o auto-teste, a pessoa deve sempre contactar a DGS, que prescreve o PCR para validar e que, só depois, é que a pessoa é dada como positiva.
Confira a análise completa no vídeo em baixo: