A empresa Pública Águas da Serra da Estrela, presidida por José Carlos Alexandrino, assinou ontem o primeiro auto de consignação com a empresa adjudicatária de uma das nove intervenções, que vão decorrer no concelho de Oliveira do Hospital, num investimento de dois milhões de euros, financiado em 85 por cento pelo POSEUR.
A assinatura decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, na presença de presidentes de Junta de Freguesia e populares que estiveram envolvidos na reivindicação das obras que ontem foram apresentadas.
José Carlos Alexandrino, presidente da empresa Pública, que junta os municípios de Oliveira do Hospital, Seia e Gouveia, e autarca oliveirense quis “simbolizar”, apresentando um conjunto de obras que “são um motivo de orgulho”. “Porque sabemos como é que encontrámos o concelho em termos de água e saneamento”, disse o autarca, orgulhando-se por o Município de Oliveira do Hospital ter criado “uma estrutura que funciona muito bem” nesta área, e que chegou a servir de inspiração aos concelhos de Seia e Gouveia.
À data, no concelho, a água da rede de abastecimento está acessível a 94 por cento da população, estando ainda de fora “situações” de pessoas que vivem em quintas ou outros locais isolados”. “E a nossa água é uma das melhores do país, a rondar os 99,67 por cento, muito perto dos 100 por cento”, referiu José Carlos Alexandrino, notando que o Município gastava em média 30 mil Euros por ano em análises à água, que é captada na Nossa Srª do Desterro, no concelho de Seia, e que é fornecida em alta pela empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo. O concelho conta com 433 km de rede de abastecimento de água. Já a rede de saneamento está acessível a 87 por cento da população.
José Carlos Alexandrino esclareceu, ontem, que as obras que vão decorrer no concelho só são possíveis devido à agregação dos três municípios na empresa Águas Públicas da Serra da Estrela, já que cada município, de forma isolada, não conseguiria obter comparticipação.
No conjunto dos três municípios serão feitos investimentos na ordem dos cinco milhões de Euros, distribuídos por seis intervenções em Gouveia, igual número em Seia e nove no concelho oliveirense.
Em Oliveira do Hospital vão ser feitas intervenções nas áreas de abastecimento de água e saneamento : na Lajeosa (Malhadoura, 56 mil Euros), em Lagares da Beira (Rua dos Forninhos e Barroca Alta, 148 mil Euros); Lagares da Beira/Travanca de Lagos (abastecimento água Adarnela, 65,5 mil Euros), Penalva de Alva (Rua do Valongo, 78 mil Euros), Nogueira do Cravo (Quinta da Abrunheira, 150 mil Euro e Bairro da Mata, 109 mil Euros, S. Gião (construção de ETAR em Rio de Mel, 609,9 mil Euros), Chamusca da Beira (Soitinho, 119 mil Euros), Seixo da Beira (Construção de ETAR em Felgueira Velha, 529 mil euros) e em Avelar (50 mil Euros, 28 pessoas).
“Há qui uma visão sobre o concelho que não havia”, comentou José Carlos Alexandrino, pedindo desculpa à população da Adarnela, por só agora estarem reunidas as condições para as obras de abastecimento de água. Lembrou contudo, que consigo na presidência resolveu o problema da Tapada, “quase dentro da cidade e levou a água ao Parceiro, Covão, Barroca e Alentejo em S. Gião, bem como à Carvalha, Moita e Formarigo na freguesia de Penalva de Alva”. “Fomos fazendo consoante o número de pessoas”, explicou o autarca que disse que o Município chegou a gastar 300 mil Euros do seu orçamento para levar água a 20 pessoas. “Mas, o dinheiro não cai do céu”, observou o autarca, notando as dificuldades que os incêndios e as intempéries colocaram à atuação do executivo, impossibilitando a concretização ou atraso de algumas obras. É disso exemplo o abastecimento de água na Adarnela e sobre o qual o autarca foi, ontem interrogado por uma moradora recente no local, e pela presidente da Junta de Freguesia de Travanca de Lagos, Ana Teresa Brito, que quis saber a data prevista de arranque das obras. “Um mês” é o prazo previsto para o arranque da obra na Adarnela, local que “outros executivos, de outras forças partidárias nunca se lembraram de colocar no mapa”. “Eu coloquei e alguns queixam-se, porque resolvi o problema da Adarnela”, sublinhou.
Segundo o autarca “Os problemas não estão 100 por cento resolvidos” no concelho, havendo ainda “umas quatro ou cinco situações que estamos a tentar resolver”.
Ontem o presidente do Município de Oliveira do Hospital clarificou ainda e “para não haver muita especulação, porque há sempre pessoas que são do contra e alguns até se vão mudando”, as tarifas em Oliveira do Hospital não foram tocadas. “Os preços continuam iguais”, reforçou José Carlos Alexandrino, destacando ainda o “esforço financeiro” que continua a ser feito pelo Município, que financia as Juntas de Freguesia e IPSS em 50 por cento, assim como a tarifa social para as pessoas com menos recursos”.
O autarca indicou também que, nos últimos 12 anos, período em que presidiu ao executivo, foram realizadas obras na área da água e saneamento público no concelho de Oliveira do Hospital, num investimento superior a oito milhões de Euros.