A ministra da Saúde disse hoje que está previsto começar a vacinação covid-19 nos lares no início de janeiro, mas explicou que nas unidades com surtos ativos isso só acontecerá quando estes estiverem resolvidos.
“Neste momento está a ser concluído o processo de identificação das estruturas residenciais para idosos que são objeto desta administração, sendo certo que há uma circunstância que temos de ter presente, que são as unidades que têm surtos, que não serão alvo de vacinação enquanto o surto se mantiver ativo, por uma questão de segurança”, disse Marta Temido.
Marta Temido disse ainda que o Governo estima que as mais de 70.000 doses da vacina da Pfizer que hoje chegaram a Portugal possam ser usadas na administração na comunidade, em lares – seja em profissionais que aí trabalham ou em residentes -, mas também nas unidades da rede nacional de cuidados continuados integrados.
“O que é importante é que tenhamos em mente o pressuposto de que a capacidade de os países administrarem vacinas depende da capacidade da indústria farmacêutica em entregar essas vacinas”, afirmou, explicando que o processo é complexo e prevê entregas em dezembro e ao longo das quatro semanas de janeiro.
A governante considerou a vacinação dos profissionais de saúde a que assistiu “um sinal de esperança e de união de esforços para ultrapassar o que ainda está por vir”, sublinhando os “desafios significativos” que o país ainda terá de enfrentar e o apelo à confiança na ciência.
A ministra frisou igualmente a necessidade de se continuar a cumprir as regras básicas de proteção até o país atingir um nível de imunidade que permita “o regresso às nossas vidas normais”.
Portugal entrou hoje no segundo dia da campanha de vacinação contra a covid-19, que arrancou no domingo nos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.
O plano prevê que sejam vacinados até abril cerca de 950 mil pessoas dos grupos prioritários definidos pelo grupo de trabalho: pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, utentes e trabalhadores de lares e profissionais de saúde e de serviços essenciais.
A primeira fase de vacinação prolonga-se até final de março de 2021, tem prevista a chegada de 1,2 milhões de doses de uma vacina que é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).