Em jeito de balanço daquilo que tem chegado aos lesados do grande incêndio de 15 de outubro, José Carlos Alexandrino sente-se “completamente desiludido” com o Governo que não apoia a 85 por cento os agricultores, tal como acontece com o setor empresarial.
Passado um ano da catástrofe, o presidente do Município de Oliveira do Hospital, que falava ontem na sessão evocativa em memória das vítimas dos incêndios, mostra-se satisfeito pelo apoio prestado às empresas. “Da parte empresarial acho que as coisas correram muito bem”, referiu.
No que diz respeito à reconstrução das casas atingidas pelo incêndio, o autarca alerta para o facto de ser um processo demorado, que o mesmo acontece quando uma simples pessoa quer construir uma casa de raiz. “Não vale a pena especularmos e dizermos que, de repente, podem aparecer as casas feitas”, disse, manifestando o seu desejo para que, no dia 30 de junho, “todas as pessoas tenham as suas habitações reconstruidas e voltem a viver nelas”.
Na sua intervenção, o presidente enalteceu ainda o trabalho desempenhado pela equipa técnica da Câmara Municipal que tem estado “de portas abertas”, no que respeita aos processos de indemnização aos queimados e familiares das vítimas mortais.
É no setor da agricultura que José Carlos Alexandrino não compreende a falta de apoio. Para o autarca, “o problema da agricultura foi um problema que foi mal resolvido e não foi justo porque os empresários agrícolas merecem muito mais”.
“Continuarei a lutar. Não me conformo que as pessoas que estavam registadas na agricultura não sejam tão empresários como os outros e, por isso, continuarem a lutar para que o Governo faça justiça e passe para 85 por cento os apoios porque não fazem mais do que a obrigação deles”, rematou.
Beatriz Cruz (jornalista estagiária)