O hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD), em Oliveira do Hospital, retomou hoje, as consultas e exames que estiveram suspensos durante o Estado de Emergência devido à pandemia Covid-19.
Em entrevista no noticiário das 15h00 da Rádio Boa Nova, Álvaro Herdade, presidente do Conselho de Administração da FAAD, referiu que hoje foi retomada “a atividade normal embora com alguns constrangimentos, como o uso obrigatório de máscara de proteção, desinfetar e lavar as mãos à entrada”. O responsável explicou que “os auxiliares do serviços acompanham os utentes desde a porta de entrada até aos exame e de novo à rua para que não haja acumular de pessoas e acompanhantes no hospital”. Adiantou também que “não funciona a sala de espera, nem o bar”. “A sala de espera só funciona para doentes com algumas dificuldades na mobilização em cadeiras que estão distanciadas umas das outras. À entrada é medida a temperatura a todos”, informou também Álvaro Herdade.
Na realização das consultas e exames complementares de diagnóstico, o presidente do CA da FAAD, explica que passa a haver “um distanciamento um bocadinho maior”, pelo que apela à “colaboração das pessoas”. “Não se vão realizar tão rapidamente alguns exames, vão demorar um bocadinho mais de tempo porque é necessário desinfetar todos os gabinetes entre a saída de um doente e a entrada de outro doente. É necessário tomar todas as precauções. É para segurança de todos”, explicou o responsável na Rádio Boa Nova.
Durante o Estado de Emergência, o Conselho de Administração da FAAD levou a efeito “algumas remodelações” no hospital, “como mudar alguns pisos e pintar alguma paredes”, motivo pelo qual alguns exames que não se vão realizar ainda esta semana. Álvaro Herdade referiu, contudo que, todos os serviços estarão a funcionar devidamente até ao início da próxima semana.
“Claro que não iremos atender 50 utentes num dia, iremos atender 30. Mas o que interessa é que sejam atendidos com as devidas precauções de maneira a não haver atropelo e que haja segurança para os nossos funcionários e para os nossos utentes. A nossa porta de entrada deixou de ser a habitual, passou a ser a lateral, a que dava para o bar, porque tem aí um lavatório, para toda a gente, quando entra, poder fazer aí a higiene das suas mãos”, esclareceu.
Em entrevista da Rádio Boa Nova, Álvaro Herdade destacou a importância de retomar os atos médicos para além dos relacionados com a doença de Covid-19. “A nossa mortalidade total, onde se pode incluir o Covid-19 aumentou muito. Não por causa do Covid porque felizmente tomamos as devidas precauções contra a doença, mas por muitas outras patologias que ficaram para trás. Muitos doentes ficaram por ser vistos. Há muita gente a morrer não por Covid, mas por causa do Covid”, afirmou. Para o clínico o cenário de pandemia por que passamos “serve-nos de exemplo”. “Há lições que temos que tomar para o futuro. Temos que aprender com tudo isto, mas de maneira nenhuma temos que deixar de tratar os doentes que não são Covid”, sustentou.