Os grandes incêndios foram responsáveis este ano por quase 90% do total da área ardida, destruindo mais de 192 mil hectares de espaços florestais, …
… segundo o mais recente relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
De acordo com o documento, hoje divulgado, até 30 de setembro registaram-se 145 grandes incêndios – com área total afetada superior a 100 hectares -, que destruíram 192.652 hectares de espaços florestais, representando 89% do total da área ardida (215.988 hectares).
O maior dos grandes incêndios em área ardida este ano foi o que deflagrou a 23 de julho na freguesia de Várzea dos Cavaleiros, no concelho da Sertã (Castelo Branco), e que destruiu 29.758 hectares.
Na segunda posição aparece o incêndio de Pedrógão Grande (Leiria), que deflagrou a 17 de junho e queimou 27.364 hectares, provocando 64 mortos e destruindo cerca de 500 habitações.
O terceiro maior grande incêndio este ano foi o que deflagrou a 17 de junho em Góis (Coimbra), destruindo 17.521 hectares.
Os incêndios florestais queimaram este ano mais de 215 mil hectares, o valor mais elevado dos últimos 10 anos.
O relatório do ICNF, que analisa o período compreendido entre 01 de janeiro e 30 de setembro, indica que a área ardida este ano representa mais do dobro da média anual para o mesmo período.
Comparando os valores do ano de 2017 com o histórico dos 10 anos anteriores, registaram-se menos 10% de ocorrências e mais 174% de área ardida relativamente à média anual do mesmo período, segundo o ICNF.
“O ano de 2017 apresenta, até ao dia 30 de setembro, o 5.º valor mais baixo em número de ocorrências e o valor mais elevado de área ardida desde 2007”, refere o relatório.
Face às condições meteorológicas adversas favoráveis à propagação de incêndios florestais, a Autoridade Nacional da Proteção Civil decretou, até à data, 85 dias de alerta especial de nível amarelo ou superior do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), 19 dos quais já no mês de setembro.
No final de setembro, o Governo prolongou até 15 de outubro o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta, que prevê a proibição de lançar foguetes e fazer queimadas e fogueiras nos espaços florestais, por causa das condições meteorológicas.