A ministra da Saúde, Marta Temido, e o primeiro-ministro, António Costa apresentaram esta quinta-feira o plano nacional de vacinação contra a Covid-19. A vacina poderá chegar a Portugal já em janeiro e será gratuita, facultativa e administrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Marta Temido, na conferência de apresentação do plano, começou por salientar que “hoje é um dia importante, Portugal à semelhança de outros países”, tem estado a fazer, nos últimos dias, “um plano para a distribuição e administração das vacinas contra a Covid-19”.
A ministra da Saúde refere que “não nos podemos distrair, a disponibilização de vacinas vai ter de continuar a ser acompanhada durante largos meses pelas demais regras”, nomeadamente o uso de máscara, o distanciamento social e outras medidas de prevenção de contágio, pelo menos “num período em que ainda não se tenha conseguido alcançar a imunidade”.
Já Rui Ivo, presidente do Infarmed, explicou que foram desenvolvidos vários acordos de aquisição. Referiu que “teve de se a criar condições para toda a parte administrativa pudesse ser feita de uma vez só para todos os países” da União Europeia. O presidente do Infarmed adiantou que “para além da preocupação de garantir o acesso”, houve também a preocupação de “garantir um portfólio alargado de vacinas, termos várias opções disponíveis”.
O responsável deu conta que há seis contratos e pelo menos 22 milhões de doses para Portugal. O país vai receber 6,9 milhões de doses da vacina Astrazeneca, 4,5 milhões da Janssen, 4,5 milhões da BioNTecn/Pfizer, 1,8 milhões da Moderna, entre quatro e cinco milhões da Curevac e da Sanofi/GSK ainda não estão definidas quantidades.
Rui Ivo explicou ainda que é necessário criar condições para uma monitorização contínua da utilização das vacinas. “Queremos, no fundo, ir percebendo o impacto que as vacinas vão tendo. Vamos ficar a saber, quando a avaliação ficar concluída, quais são as populações alvo, as faixas etárias, e o seu grau de eficácia”. Essa monitorização, em Portugal, será feita através do Infarmed, disse.
O grupos prioritários foram revelados pelo Francisco Ramos, coordenador da task force, que referiu que o primeiro grupo prioritário são as pessoas com mais de 50 ao mais anos com doenças graves. Seguem-se os utentes e trabalhadores de lares e internados em unidades de cuidados continuados. Depois serão vacinados os profissionais de saúde e profissionais das forças armadas e forças de segurança.
A primeira fase de vacinação inclui 950 mil pessoas prioritárias:
– 250 mil pessoas (profissionais de saúde e residentes em lares e em instituições similares e profissionais e internados em unidades de cuidados intensivos);
– 400 mil pessoas (pessoas com 50 ou mais anos, com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária,insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração)
– 300 mil pessoas (profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados de doentes e profissionais de forças de segurança e serviços críticos).
A segunda fase de vacinação inclui todas as pessoas com mais de 65 anos (com patologias ou não, e as pessoas com mais de 50 anos, com diabetes, neoplasia maligna ativa, insuficiência hepática, insuficiência renal, obesidade, hipertensão arterial e, eventualmente, outras patologias). Estão aqui incluídas 1,8 milhões de pessoas.
E a terceira fase inclui o “resto da população”.
Alexandra Santos/ Jornalista estagiária