Os estudantes do ensino profissional vão realizar exames regionais na instituição mais próxima da sua área de residência…
… e com o resultado podem candidatar-se a todas as universidades e politécnicos que abrirem vagas para os concursos especiais.
De acordo com o jornal Público de hoje, os estudantes que completam o ensino profissional, para quem foi criada uma nova via de acesso ao ensino superior a partir deste ano, vão experimentar um modelo que é uma novidade em Portugal: a realização de exames regionais, agendados para setembro.
O jornal adianta, com informação prestada pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Pedro Dominguinhos, que três consórcios, no norte, centro e sul do país vão fazer provas específicas para seriar os candidatos.
A iniciativa é dos institutos politécnicos, mas há universidades que também vão integrá-los.
Cada estudante fará apenas um exame de acesso, na instituição mais próxima da sua área de residência e com esse resultado, pode candidatar-se a todas as universidades e politécnicos da região que abrirem vagas para estes concursos especiais.
A possibilidade de um exame único vai estar em cima da mesa no próximo ano letivo.
Para já, estão formalizados dois consórcios. Um no Norte, que inclui os politécnicos de Bragança, Porto, Cávado e Ave e Viana do Castelo, e outro no Sul, com os politécnicos de Setúbal, Santarém, Portalegre e Beja, bem como a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e a Escola Náutica Infante D. Henrique, em Oeiras. Integra também esta rede a Universidade do Algarve, que tem ensino politécnico.
O terceiro consórcio, na região Centro, envolvendo politécnicos como Coimbra e Leiria, ainda não está concretizado, de acordo com Pedro Dominguinhos.
A Universidade de Aveiro, que também tem ensino politécnico, pode igualmente integrar o consórcio. As universidades estão mais atrasadas.
“O concurso especial destinado aos diplomados do ensino profissional, e que também abrange quem fez cursos artísticos ou de aprendizagem, permite a cada estudante candidatar-se a três cursos superiores diferentes, o que, de acordo com as regras aprovadas em abril pelo Governo, poderia obrigá-los a fazer mais do que um exame de ingresso”, adianta o jornal.
Se um aluno se candidatasse a licenciaturas de instituições diferentes, teria que fazer três provas específicas distintas.
Em declarações ao público, o presidente do CCISP disse que “faz pouco sentido os estudantes andarem a fazer provas em todas as instituições a que querem concorrer”.
O próximo ano letivo no ensino superior começa nas primeiras semanas de outubro, depois das alterações no calendário motivadas pela pandemia de covid-19.
As instituições têm até 18 de maio para aprovar os seus regulamentos internos e definir a fórmula de acesso a usar e dizer ao Governo se querem ou não abrir estes concursos especiais no próximo ano letivo.