O Futebol Clube de Oliveira do Hospital (FCOH) apresentou, ontem, o investidor da SAD que vai gerir e “fazer crescer o clube passo a passo” de forma “séria e humilde”.
Edvaldo Lúcio, empresário de profissão, que detém um grupo de empresas de várias áreas no Brasil, e que também comanda um clube no interior de S. Paulo, no Brasil, o Grémio S. Carlense, explicou que “há já algum tempo que tinha a intenção de liderar um clube em Portugal que militasse na Liga 3”. Na conferência de imprensa, realizada ontem ao final da tarde, afirmou que depois de “analisar e avaliar a situação”, chegou a Oliveira do Hospital e encontrou “um ambiente positivo, com pessoas sérias e honestas”. E assim resolveu “apostar neste projeto” que quer “revolucionar o clube passo a passo”.
O acordo é válido por cinco anos com um investimento de dois milhões de euros, mas o objetivo é “ficar muitos mais anos”. “Temos a certeza que fizemos a melhor escolha”, afirmou Edvaldo, avançando que tenciona “criar uma estrutura para fazer o clube crescer”. Considerando que é “um projeto a médio e longo prazo”, o investidor recusa assumir compromissos e fazer promessas.
“Neste primeiro ano, é lógico que o objetivo não passa por subir de divisão, mas sim tornar o clube mais profissional”, garantiu João Santos, CEO da SAD, braço direito de Edvaldo, que estará permanentemente em Oliveira do Hospital a gerir o clube. O jovem português afirmou que a grande surpresa em terras oliveirenses “foram as pessoas”. “Acreditamos que juntos vamos profissionalizar o clube, que é o mais importante”, frisou.
Perante os jornalistas, João Santos mostrou-se consciente da realidade atual do FCOH, “um clube do interior do país” que passa, naturalmente, por diversas dificuldades. Desta forma, elogiou o “trabalho de 20 anos” de elementos da atual direção que têm demonstrado “grande capacidade de sacrifício em manter o clube”. Na ocasião, aproveitou para “tranquilizar” e garantir que “não haverá afastamento entre a SAD e o clube”. “Juntos vamos profissionalizar o clube e criar alicerces para fazer algo interessante e promissor”, defendeu.
Por sua vez, Mário Brito, presidente do FCOH que também será um dos rostos da administração da SAD, acredita que a parceria irá permitir “melhorar, projetar e valorizar o clube”. “Mais do que um investidor, é um parceiro”, afirmou, considerando que era necessário avançar para uma Sociedade Anónima Desportiva para “o FCOH continuar a desenvolver atividade desportiva”. Para o oliveirense Mário Brito, “será um processo de crescimento e de confiança”.
A SAD será constituída, oficialmente, na próxima semana.
O sonho de voltar a jogar em casa
O presidente não esconde o desejo de “trazer os jogos para Oliveira do Hospital”. Apesar de serem “bem recebidos em Tábua” e das condições que a infraestrutura tabuense oferece, “faz sentido” voltar a jogar em casa. De acordo com Mário Brito, relativamente a esta questão, “o Município de Oliveira do Hospital tem demonstrado uma postura ativa”.
Edvaldo Lúcio mostrou-se “feliz com a estrutura de Tábua”, contudo reforçou a importância de “criar condições para os atletas” e “procurar melhorias”.
Nome de Sérgio Gaminha foi consensual
Questionado pela Rádio Boa Nova acerca do novo treinador, o CEO João Santos não hesitou em afirmar que foi um “consenso de toda a direção desportiva”, uma vez que se trata de um “treinador ambicioso, com competência e que reúne características” que o clube procurava. “Ele [Sérgio Gaminha] ambiciona atingir uma carreira de sucesso e nós podemos ajudá-lo”, justificou.
Plantel “não está concluído”
Em contagem decrescente para o arranque da Liga 3, o FCOH tem vindo a anunciar contratações e renovações, contudo “o plantel não está concluído”. Segundo João Santos, “faltam contratações cirúrgicas e existem posições que ainda não estão fechadas”.
De acordo com o CEO da SAD, está prevista a entrada de “dois ou três jogadores do Brasil, mais três ou quatro do mercado português, com experiência de liga superior ou de subida de divisão”.