O ex presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Mário Alves (PSD), mostrou-se “triste” com a criação de uma residência para estudantes da ESTGOH nas instalações do antigo Hotel S. Paulo, quando a autarquia “tem 40 mil metros quadrados de terreno, onde poderia desenvolver o projeto não só para a residência, mas para uma ESTGOH nova e adaptada áquilo que são as necessidades”.
Ouça aqui o episódio:
No último programa Vice-Versa que foi para o ar na passada terça-feira à noite, o social-democrata “atirou” farpas ao negócio em torno da compra das instalações, em que “quem compra é o IPC e não a Câmara Municipal”, assim como levantou suspeições ao processo da venda. “Não podemos esquecer que uma das proprietárias desse espaço foi presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital e não se recandidatou. Provavelmente havia já aí algum compromisso”, afirmou
Continuou, apontando o dedo ao executivo socialista que “fala-se agora, terá assumido um compromisso com o IPC de 600 mil Euros para a residência”. “O problema para mim não está nos 600 mil Euros”, refere, notando contudo que o Município vai estar a investir numa residência, cujo proprietário vai ser o Politécnico. “Eu acho que é negativo. A autarquia é que devia ser proprietária”, frisou.
Completamente a favor da Residência para estudantes que resultará de um investimento de 4,2 milhões de Euros e deverá entrar em funcionamento no ano de 2025/2026b, Rui Monteiro, atual deputado socialista na Assembleia Municipal e comentador do Vice-Versa não se demorou em contestar a forma como Mário Alves “sabe tudo” baseado no “fala-se por aí, no vox populi e na voz do povo”. “Isso não é correto”, observou o socialista, verificando que o correto será chegar aqui e dizer “quem fala, onde fala e o que diz”.
A observação de Rui Monteiro levou à troca de “mimos” entre Alves e Rui Monteiro, com o primeiro a lembrar ao segundo que é deputado na Assembleia Municipal e aprova um orçamento municipal, onde há uma inscrição de 100 mil Euros (para a residência) e o compromisso é de 600 mil. Logo Rui Monteiro reagiu dizendo não se recordar de ver Mário Alves na Assembleia Municipal onde a matéria foi discutida.
Rui Monteiro acusou ainda Mário Alves de estar a levantar “uma aleivosia e uma suspeição” relativamente às pessoas proprietárias do Hotel S. Paulo, entre as quais a ex presidente da AMOH
“Isso fica-lhe mal, e até enquanto putativo próximo candidato a autarca lhe fica mal”, retorquiu ainda Rui Monteiro.
Também João Dinis (PCP) se opôs à não construção da ESTGOH no terreno adquirido pelo Município “quando era presidente da Câmara o professor Mário Alves”, dentro da área urbana, por 400 mil euros. Critica que agora “venha um senhor ou uma senhora do IPC” indicar que a ESTGOH deve ser instalada na EB1 da cidade, questionando se passará a ser a “ESTGOH dos pequeninos”.
A considerar que a opção tomada pela Câmara que “é respeitável politicamente” por entender que o “mamarracho do Hotel S. Paulo deveria ter uma solução do ponto de vista urbanístico”, Rafael Dias, do CDS-PP considerou porém que a residência deveria estar integrada no pólo principal da ESTGOH. Sobre as instalações da escola, não deixou de criticar o PS que “fala da grande operação de salvação da ESTGOH” e depois “a importância que lhe atribui é dotar a ESTGOH das instalações da antiga escola primária para fazer da ESTGOH uma ESTGOH dos pequeninos”.
O programa pode ser ouvido todas as terças às 21h, e com repetição aos domingos às 14h, em 100.2 FM, na emissão online e na app Rádio Boa Nova. Fica também disponível em todas as plataformas de podcasts.