António Costa fez, na manhã desta quinta-feira, a primeira declaração ao país após a Rússia ter invadido e atacado a Ucrânia, numa ofensiva que teve início esta madrugada. “Queria reafirmar a condenação veemente por parte de Portugal da ação militar desencadeada pela Rússia. Durante o dia de hoje, teremos reuniões do Conselho Europeu onde a questão essencial serão as medidas de sanções a aplicar à Rússia na decorrência desta ação”, começou por declarar a partir de São Bento.
“Portugal integra, este ano, as forças de reação rápida da NATO e, nesse quadro, temos um conjunto de elementos para, se for essa a decisão, serem colocados sob as ordens do comando da NATO para essas missões de dissuasão em países que façam fronteira com a Ucrânia”, indicou ainda.
O primeiro-ministro, na mesma declaração, deu ainda “uma palavra de confiança à comunidade ucraniana que reside em Portugal”. “Dizer-lhes que contarão com toda a nossa solidariedade, que têm sido muito bem-vindos e que os seus familiares, os seus amigos, os seus conhecidos que entendam que devem procurar em Portugal a segurança e o destino para dar continuidade às suas vidas são também muito bem-vindos”.
Foram dadas indicações às embaixadas de Portugal na Ucrânia e nos países vizinhos para “agilizarem as emissões de vistos para quem pretenda vir” para o nosso país”. Para os portugueses e luso-ucranianos residentes na Ucrânia “está estabelecido um processo de evacuação para o caso de vir a ser necessário que é do conhecimento da embaixada”.
“Aquilo que todos desejamos é que toda esta ação não seja mais um passo numa escalada que tenha continuidade mas, pelo contrário, que tal como tem sido o apelo muito veemente por parte do secretário-geral das Nações Unidas, em nome de toda a Humanidade, que a Rússia pare o ataque, retire as suas forças e dê espaço para que o diálogo diplomático prossiga”, apelou ainda António Costa.
Recorde-se que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou, durante a madrugada desta quinta-feira, uma “operação militar especial” na região de Donbass, no leste da Ucrânia. Num discurso transmitido na televisão, Putin advertiu os países do Ocidente a ficarem fora do conflito e ameaçou com “consequências que nunca viram”.
Momentos depois, foram ouvidas explosões em várias cidades ucranianas, incluindo na capital Kiev.