Coimbra celebra em 2020 o “Jubileu dos mártires de Marrocos e de Santo António”, assinalando os 800 anos do martírio dos primeiros frades franciscanos e a sua importância na vocação de Santo António, foi hoje anunciado.
A evocação, que decorre entre 12 de janeiro do próximo ano e 17 de janeiro de 2021, em Coimbra, integra, além de celebrações religiosas, diversas iniciativas, designadamente de caráter científico e cultural, como concertos, entre os quais “Missa de Santo António”, de António Vitorino de Almeida, que estreará, em 19 de julho de 2020, no grande auditório do Convento São Francisco, em Coimbra, foi anunciado, durante uma conferência de imprensa de divulgação do programa.
Promovidas pela Diocese de Coimbra, igreja de Santo António dos Olivais de Coimbra e Mosteiro de Santa Cruz (Coimbra), em colaboração com a Câmara Municipal e juntas de freguesia da cidade e Turismo Centro de Portugal, entre outras entidades, as comemorações, além dos seus “objetivos específicos”, pretendem também tornar-se numa “possibilidade de um conhecimento mais aprofundado do Mosteiro de Santa Cruz” e da sua importância para Coimbra e para o País, disse o bispo Virgílio Antunes.
É no Mosteiro de Santa Cruz que se encontram as ‘Relíquias dos mártires’ e onde Fernando de Bulhões foi sacerdote e estudou – “não foi por acaso” que veio, mais tarde, a ser “consagrado como um dos poucos doutores da Igreja’ – referiu o bispo de Coimbra.
Tão impressionado ficou com o martírio dos frades que decidiu tornar-se frade franciscano, ingressando no convento de Santo António Abade dos Olivais, também em Coimbra, assumindo o nome de António, e de onde partiu para o mundo, “numa missão” que fez dele “um dos santos mais notáveis da cristandade”.
Os mártires de Marrocos invocam “todo o esforço no passado e no presente para o diálogo inter-religioso”, sustentou ainda o bispo Virgílio Antunes, salientando que se trata de “um caminho que se tem vindo a fazer, mas que está em grande parte por fazer”.
É necessária, apelou, a “congregação de esforços e de pessoas” para que “seja erradicada a realidade dos mártires”.
O presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, explicou a cooperação desta entidade com a iniciativa, designadamente com a importância do turismo religioso para a região e para o país — “e não apenas o mariano e o associado ao caminho português de Santiago”.
Subscrevendo a ideia de que perder a memória é perder o futuro, o presidente do município de Coimbra, Manuel Machado, recordou, designadamente, que Pádua (outra referência, para além de Lisboa e Coimbra na vida de Santo António) é cidade geminada com Coimbra.
Para além da estreia do concerto de António Vitorino de Almeida, outras iniciativas integram o programa comemorativo, como a oratória “De Fernão se fez António” (concerto de encerramento, 17 de janeiro de 2021) ou, por exemplo, a criação de um roteiro turístico antoniano, em Coimbra.
‘Diálogos com António 2020’ é designação de um ciclo de conferências, nas quais serão abordados diferentes assuntos, nem sempre diretamente relacionados com os protagonistas das celebrações.
lusa.pt