Após um período de seca prolongado, a chuva está de volta ao continente, fruto da passagem do ciclone extratropical Danielle. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil emitiu este domingo um aviso à população para a mudança gradual das condições meteorológicas, com chuva intensa e vento forte no início da semana.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que já tinha alertado hoje para o regresso da precipitação, colocou todo o país em aviso amarelo na segunda-feira, dia em que nenhum distrito deve escapar à chuva.
À exceção de Portalegre, Évora e Beja, onde o aviso está em vigor até às 21h de segunda-feira, o alerta amarelo vai manter-se até terça-feira nos restantes distritos.
De acordo com um comunicado do IPMA, o ciclone extratropical Danielle deverá aproximar-se “gradualmente de Portugal continental”, trazendo consigo “precipitação, por vezes forte e acompanhada de trovoada e rajadas fortes de vento, no litoral oeste a partir da noite de domingo para segunda-feira e evoluindo gradualmente para leste”.
“Este cenário de precipitação deverá manter-se ao longo da semana, embora com menores quantidades de precipitação acumulada a partir de dia 14”, lê-se no mesmo documento.
Ainda segundo o Instituto, o vento será do quadrante sul, soprando temporariamente forte nos dias 12 e 13 na faixa costeira ocidental, “com rajadas até 65 km/h, e nas terras altas, com rajadas até 75 km/h”. Também agitação marítima irá aumentar a partir de amanhã, com ondas de oeste/sudoeste entre 2,5 e 3,5 metros de altura.
O IPMA avisa também que, “após um período de seca prolongado, este episódio de precipitação forte poderá dar origem a escorrência superficial considerável das águas pluviais em zonas íngremes e em solos queimados”. Além disso, “poderá ocorrer redução de visibilidade e, em meios urbanos, poderão ocorrer cheias rápidas”.
Nesse sentido, a Proteção Civil avisa que “deverá ser dada uma especial atenção às zonas historicamente identificadas como vulneráveis a inundações e em particular em bacias hidrográficas não regularizadas e de escoamento rápido”.
Para prevenção de acidentes, é pedida à população especial atenção a estruturas que se possam soltar com o vento, à possibilidade de quedas de árvores e cuidado na circulação e permanência junto da orla costeira e zonas ribeirinhas.
A Proteção Civil pede ainda que se garanta a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e adoção de uma condução defensiva nas estradas devido à formação de lençóis de água e “a possível acumulação de neve” nalgumas zonas.
Apesar da previsão das primeiras chuvas fortes depois da seca, a Proteção Civil continua a alertar para o perigo dos fogos, devido ao vento e ao estado de secura da vegetação, “especialmente na região interior do Norte e Centro, onde o risco de incêndio rural se mantém nos níveis muito elevado e máximo”.