Oliveira do Hospital recebeu, esta terça-feira (8), a visita do Secretário de Estado das Florestas. Rui Ladeira “esteve no terreno” a propósito das Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) a serem implementadas do concelho, nomeadamente “Alva e Alvoco” e “Alva e Alvoco 2”.
Depois de se inteirar da situação em que se encontram as respetivas áreas a intervir, o governante “prestou contas”. No entender de Rui Ladeira, o futuro do território passa pela conjunção entre “floresta e agricultura”, daí a importância de executar as AIGP. Em Oliveira do Hospital há oito financiadas e prontas a arrancar e pelo país fora “há 62 contratualizadas”. “Até junho de 2026 há esta janela de oportunidades para garantir que mais de 100 mil hectares sejam geridos e organizados”. Em Alvoco das Várzeas, o Secretário de Estado defendeu que os projetos têm como finalidade “proteger as população, tornar a floresta mais resiliente e valorizar o território”. “As AIGP são a grande oportunidade de transformar verdadeiramente a paisagem”, defendeu.
Rui Ladeira respondia assim também na sequência dos anseios demonstrados por José Vasco Campos. O presidente da CAULE – Associação Florestal da Beira Serra, entidade gestora e executora das AIGP, recordava a tragédia de 15 de outubro de 2017 para lembrar a “mágoa imensa” pelo “trabalho destruído”. “Não há memória de algo igual. Tivemos muitas dificuldades em voltar a acreditar”, disse. Por isso, é imperativo avançar com as AIGP. No entanto, o responsável alertou o Secretário de Estado para os eventuais atrasos, dada a “difícil capacidade” em termos “humanos e de maquinaria”.
Também no entender do presidente da CAULE, a silvopastorícia “é o futuro” dos territórios. Para José Vasco, apostar em gado, como “ovelhas, cabras, vacas e cavalos” é “uma forma de gerir o território”.
12 milhões de euros em AIGP em Oliveira do Hospital
Por sua vez, José Francisco Rolo considerou “importante a presença do Governo no terreno” para “comprovar o desafio constante de implementar as AIGP”. A defender que os projetos “têm o objetivo final de transformar a paisagem”, o presidente do Município de Oliveira do Hospital deu conta de que no concelho há oito AIGP financiadas que vão ser implementadas em “mais de 6 mil hectares”, que corresponde a um investimento de “cerca de 12 milhões de euros”. “São zonas vulneráveis, onde é preciso agir”, afirmou.
Na presença do Secretário de Estado das Florestas, Rolo solicitou especial atenção aos “incentivos a 20 anos” para que seja possível “manter estas operações no terreno”.
Na região centro, que é “vulnerável ao risco de incêndio”, o autarca oliveirense deu conta ainda do investimento de mais de 200 mil euros por parte do Município em Condomínios de Aldeia para “aumentar os fatores de proteção”.
Cátia Alves, presidente da Junta de Freguesia de Alvoco das Várzeas, alertou para o facto de os territórios estarem “rodeados de uma floresta desorganizada”. A autarca pediu, por isso, a Rui Ladeira que “abrace este projeto por um território mais organizado que não coloque em risco pessoas e bens”.
52 milhões para equipamento e o lançamento da Floresta Ativa
Na ocasião, Rui Ladeira adiantou que o Governo estipulou 50 milhões de euros para aquisição de equipamentos para as Comunidades Intermunicipais e 2 milhões no âmbito de “procedimentos concursais” lançados pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas. “À escala dos Municípios, cada um será contemplado com um trator com destroçador”, deu conta.
Tendo em conta que os proprietários continuam a falhar na limpeza dos seus terrenos, o Secretário de Estado avançou que o Governo vai “lançar em breve o programa Floresta Ativa”, com um incentivo de “650 euros a nível individual” para esse efeito.