A ANCOSE- Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela, vai proceder amanhã, 2 de fevereiro, pelas 14h30, na sede de Associação, à terceira fase de entrega de Borregas Serra da Estrela aos criadores e produtores que perderam os seus rebanhos no incêndio de outubro de 2017.
Em declarações à Rádio Boa Nova, Manuel Marques, presidente da direção da ANCOSE, adiantou que vão ser entregues “cerca de 200 borregas”.
Uma vez que o Centro de Recria, criado na sede da ANCOSE após a catástrofe, chegou ao “limite de recria”, diversos pastores acolheram “nas suas instalações os animais” e, por esse gesto, a Associação procedeu ao pagamento de cerca de 110 Euros a cada produtor. “É uma boa prestação para os nossos associados e para nós”, garantiu Manuel Marques.
À Rádio Boa Nova, o responsável referiu que, com esta terceira fase de entrega, o efetivo animal perdido nos incêndios ainda não fica reposto. “Com esta entrega, o efetivo não ficará reposto mas temos um compromisso com o Ministério da Agricultura. Vamos repor todos aqueles que desapareceram no incêndio”, garantiu, adiantando que após a cerimónia de amanhã, ficarão por entregar “cerca de 1 400 animais”.
Confiante na rápida reposição do efetivo animal, Manuel Marques afirmou que “hoje, a ANCOSE felizmente está bem” e prova disso é que vai “restaurar e requalificar o telhado da Associação, comprou uma casa em Celorico da Beira para uma nova delegação e comprou um carro para transportar os animais”. Para além disso, vão ser distribuídos 25 mil Euros de ração aos associados.
“As borregas a que nos propusemos repor são da raça bordaleira Serra da Estrela, o que não quer dizer que não possamos vir a contemplar outras pessoas depois de repormos esta raça que produz Queijo Serra da Estrela”, referiu Manuel Marques.
Satisfeito pelo trabalho que a Associação que dirige tem feito, Manuel Marques afirma que se sente “um presidente realizado”.
“Sou um homem realizado e feliz por neste momento ser presidente da ANCOSE, porque penso que com o trabalho da direção que coordeno, podemos fazer muito por aqueles que vivem da ovinicultura”, concluiu.
Recorde-se que o incêndio de 15 de outubro provocou a morte de cerca de cinco mil animais no concelho de Oliveira do Hospital e a ANCOSE estima que, na região demarcada da Serra da Estrela tenham morrido cerca de 8 500 ovinos de raça autóctone.
Beatriz Cruz