Álvaro Herdade tomou, ontem, posse como presidente do Conselho de Administração da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD). O conhecido médico foi novamente nomeado pela Câmara Municipal e assume, assim, o quarto mandato consecutivo.
Na cerimónia da tomada de posse, Álvaro Herdade começou por agradecer ao Município pelo voto de confiança, realçando que “é sempre um trabalho de equipa” e, por isso, enalteceu o empenho “de todos os trabalhadores, desde a empregada da limpeza ao cirurgião”. “Todos são importantes e todos fazem falta”, frisou.
Constatando o “crescimento” da Fundação nos últimos anos, o clínico não tem dúvidas de que a instituição conta agora com “uma área de influência muito maior do que há anos atrás”. “Antes eramos hospital de referência para Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil. Hoje somos referência também para Góis, Nelas, Santa Comba Dão e Carregal do Sal”, afirmou.
Para o mandato que agora se inicia, Herdade tem como objetivos “ampliar o hospital”, “abrir uma Unidade de Cuidados de Saúde Mental” e “assegurar a urgência 24 horas por dia”. O médico defende que avançar com obras de ampliação no hospital é uma “prioridade” para “projetar a FAAD para o futuro”. Em causa estará um investimento de sete milhões de Euros. Apesar de “nos últimos anos” ter sido possível “equipar o hospital com tecnologia de ponta”, neste momento “não há gabinetes para todos os médicos”.
Na ocasião, Álvaro Herdade lamentou a “redução do plafond” que não cumpre a promessa feita pelo Ministério da Saúde em 2017, após os grandes incêndios, quando a FAAD começou a assegurar o Serviço de Atendimento Permanente (SAP).
“Estão em dívida para connosco”, afirmou, defendendo que os “850 mil Euros” prometidos “fazem falta”. Ao serviço da população com SAP a partir das 20h00, aos fins-de-semana e feriados, a FAAD “quer estar ao dispor das pessoas”, porque “toda a gente precisa de ser assistida”. Com protocolo de triénio renovável com o Ministério da Saúde, o presidente do Conselho de Administração defende que “o SAP não pode estar nos cuidados primários, mas sim num hospital”. Ciente de que “conseguir SAP 24 horas por dia não será fácil”, Herdade sublinha também a “dificuldade em arranjar médicos que queiram trabalhar em Oliveira do Hospital”. O médico alerta para o facto de “60 a 70 por centro das consultas de urgência não serem consideradas urgentes”, mas compreende que o façam porque “as pessoas dirigem-se à porta que estiver aberta”.
Na “linha da frente” nas áreas infantil, social, terceira idade e hospitalar, Álvaro Herdade garante que a FAAD “vai continuar a servir condignamente o concelho e a região”.
“Não podemos perder a corrida pela saúde em Oliveira do Hospital. Vamos dar o nosso melhor à população”.
Por sua vez, José Francisco Rolo, presidente do Município oliveirense, referiu que o “trabalho demonstrado na gestão” da instituição nos últimos 12 anos levou a autarquia a nomear, uma vez mais, Álvaro Herdade como presidente da mesma.
“Avaliámos o trabalho da equipa e de quem tem conduzido a FAAD nos últimos anos e, ponderados os fatores, decidimos dar continuidade à gestão desta grande casa”, explicou. Assim, o autarca considera Álvaro Herdade o homem certo para liderar aquela que é “uma instituição de referência no concelho e na região”, por ser um “médico reconhecido, com perfil de gestor, com espírito de liderança, empreendedor nato, dinâmico, que conhece na perfeição o serviço público, um homem dedicado a todas as causas 24 horas por dia”.
Realçando o “compromisso da FAAD com o Estado», através do protocolo com o Ministério da Saúde, José Francisco Rolo destaca a “grande responsabilidade perante a comunidade” e o “elevado nível de capacidade de resposta protagonizado por estas pessoas sem remuneração”.
A esta altura, o presidente do Município acredita que é necessário “repensar a organização e estabelecer um modelo de gestão moderna”.
José Francisco Rolo garantiu que a Câmara Municipal será “parceira nos processos de reivindicação” pela prestação de melhores cuidados de saúde à população. “Contem sempre com a Câmara Municipal em todos os objetivos e lutas. Esta casa é demasiado importante para que faça este percurso sozinha”, concluiu.
O novo Conselho de Administração conta com Cristina Gouveia Serra como Secretária e Rogério Prazeres como Tesoureiro. Como membros não executivos fazem parte Pedro Rúben, José António Dias, Aldina Neves e Daniel Costa (vogais) e Luís Lagos e João Ramalhete de Carvalho (suplentes).