A Câmara Municipal de Tábua aprovou, por maioria, a proposta de orçamento municipal para 2025, que ultrapassa os 38 milhões de euros, quase mais nove milhões de euros do que no ano anterior.
A proposta de orçamento municipal para 2025 contou com os votos a favor da maioria eleita pelo PS e com o voto contra do único vereador da coligação PSD/CDS-PP presente (são três eleitos).
Durante a reunião do executivo de Tábua, o presidente da Câmara, Ricardo Cruz, explicou que até ao final do mandato pretendem concluir o centro logístico municipal, num investimento de meio milhão de euros, bem como saldar toda a dívida com as juntas de freguesia (cerca de 920 mil euros que vêm abatendo de forma faseada).
O próximo orçamento prevê o lançamento da obra do jardim-de-infância, cujo investimento ascende a 1,5 milhões de euros; a remodelação da Escola Secundária de Tábua, com um investimento global de cerca de 5,7 milhões de euros (previsto que sejam gastos mais de três milhões de euros em 2025); e a conclusão da Área Empresarial da Carapinha, onde serão criados 30 novos lotes, num investimento que ultrapassa os 1,4 milhões de euros.
No capítulo da habitação, para além das habitações ligadas à Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário que “estão em curso”, três antigas escolas primárias serão transformadas em alojamento acessível.
“Iremos lançar mais dois prédios, cada um com um orçamento de dois milhões de euros. Esperamos que em 2025 sejam aprovadas mais candidaturas de infraestruturas para habitação multifamiliar, num investimento na ordem dos dois milhões de euros”, indicou.
Segundo o autarca, o Município de Tábua sempre primou por um investimento muito forte na educação, o que “vai continuar a acontecer”, mas a fatia destinada aos projetos ligados à habitação é agora maior.
Entre os setores prioritários de investimento está ainda a área da saúde, onde figura a recuperação do Centro de Saúde de Tábua, que ultrapassa os 600 mil euros.
A proposta de orçamento para 2025 contou com o voto contra do vereador da coligação PSD/CDS-PP, Vítor Melo, que alegou que o que está projetado no documento de 2025 nada tem a ver com o que está a ser projetado na atualidade.
“No orçamento de 2024, as responsabilidades plurianuais para 2025 eram de um milhão de euros e no orçamento apresentado para 2025 é de três milhões, o que tem um acréscimo de dois milhões de euros nas responsabilidades financeiras”, sustentou.
Ao longo da sua intervenção, disse ainda que se a autarquia de Tábua fosse “uma empresa normal há muito que estava em falência técnica”, porque “tanto os compromissos financeiros como as responsabilidades a terceiros ultrapassam em larga escala a receita que o município tem”.
“O orçamento tem de ser feito, mas eu gosto mais de factos concretos como a prestação de contas. Há valores que estão a aumentar a uma velocidade muito grande e na minha ótica estamos a caminhar quase para o abismo”, apontou.
O vereador da oposição frisou ainda que, no aspeto financeiro, “não concorda com muita coisa”.
“Cada vez mais temos mais receita de capital: em 2024 são 9,4 milhões de euros e em 2025 vamos ter 16,8 milhões de euros – um aumento de mais de sete milhões, ou seja, uma total dependência da receita de capitais. Gostava muito que concretizasse o saneamento orçamental, para bem dos tabuenses”, referiu.
Os documentos provisionais da autarquia para 2025 vão ser votados na sessão da Assembleia Municipal de Tábua, que decorrerá em meados de dezembro e onde o PS está em maioria.
LUSA