A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra tem manifestado a sua profunda preocupação face ao estado atual em que se encontra o setor dos Resíduos, nomeadamente no que ao operador ERSUC diz respeito.
Os sucessivos aumentos de tarifas e a delapidação da qualidade de serviço estão a colocar os municípios perante inúmeros desafios, nomeadamente de sustentabilidade financeira que, por validação do regulador, acabam sempre em aumentos de tarifa e com repercussões nos munícipes.
“É com grande apreensão que se constata que o setor se encontra numa situação crítica, fruto das opções estratégicas e trajetória errática das últimas décadas, que culminaram em aumentos tarifários superiores a 160% nos últimos 5 anos, sem haver qualquer reflexo na qualidade do serviço prestado pelos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos, conforme comprovam os vários relatórios emitidos recentemente pela APA e pela ERSAR”, afirma o presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra, Emílio Torrão.
Os autarcas estão preocupados com o aumento brutal dos custos de gestão de resíduos que se tem verificado nos últimos anos e que não tem tido qualquer reflexo na qualidade do serviço prestado pela entidade gestora em alta, ERSUC, que continua a apresentar indicadores de desempenho insuficientes e a enviar mais de 76% dos resíduos para aterro.
“Isto é inconcebível. Depois de décadas a investir em infraestruturas de gestão e tratamento de resíduos, a fatura dos contribuintes está cada vez mais alta, enquanto o serviço de resíduos está a piorar”, destaca Emílio Torrão.
Nesse sentido, foi solicitado ao governo que seja despoletada uma ação inspetiva pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) com o objetivo de verificar o cumprimento das condições contratuais e a eficiência com que o sistema de gestão e tratamento de resíduos está a ser gerido.