O incêndio que começou em Folhadal, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, na segunda-feira, está em resolução desde as 10:23, disse à agência Lusa fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida, acrescentou à Lusa que a situação “está mais calma, registando-se apenas uma ou outra reativação, mas sem qualquer preocupação”. “Ontem [quarta-feira], ainda conseguimos ir ajudar os colegas em Mangualde”, revelou Guilherme Almeida. As condições meteorológicas, com a diminuição do vento e da temperatura, vão ajudar à consolidação do rescaldo, confirmou ainda o comandante.
O incêndio no concelho de Mangualde, que teve origem em Penalva do Castelo na segunda-feira, está “completamente dominado”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara. “Neste momento, o incêndio está completamente dominado. Agora, vamos estar atentos aos reacendimentos. A humidade aumentou e a temperatura desceu muito, o que deu uma grande ajuda aos operacionais”, afirmou à Lusa Marco Almeida.
O presidente da Câmara de Mangualde adiantou que durante a noite e madrugada de hoje os operacionais “conseguiram criar um perímetro à volta do incêndio e controlá-lo”. Segundo o autarca, “estiveram casas, pontualmente, em risco, mas devido à sua localização [no meio da floresta]. No entanto, foi possível proteger todas e salvaguardar todos os bens”. Marco Almeida revelou ainda que os serviços municipais vão começar hoje a fazer o levantamento dos prejuízos, com o apoio dos presidentes de junta, que “estiveram muito empenhados em dar resposta nos incêndios, uma vez que, das 12 freguesias, nove têm unidades locais de proteção civil”.
Numa forma geral, Marco Almeida apontou estragos nas infraestruturas públicas, como vias rodoviárias, sinalização vertical, telecomunicações e, “obviamente, a grande mancha florestal, que ardeu muito”.
O presidente do município de Castro Daire alertou hoje que a situação dos incêndios é “ainda extremamente preocupante” e referiu que este concelho tem “cerca de 12 frentes ativas”. “A situação continua ainda extremamente preocupante”, afirmou Paulo Almeida, pelas 10h00, referindo que no concelho, com 380 quilómetros quadrados, terão ardido “cerca de 30 mil hectares”, havendo “ainda cerca de 12 frentes ativas em vários pontos do concelho”.
O autarca alertou que “estes 30 mil hectares ardidos podem ter reacendimentos a qualquer momento” e explicou que “é o que tem vindo também a acontecer”.
“As condições climatéricas melhoraram um bocadinho, o que também é uma ajuda. Tivemos também reforços de meios durante a noite, mais operacionais, temos meios aéreos que já estiveram para entrar, mas não tiveram condições de segurança (…), tendo em conta o nível de fumo que está no ar”, adiantou.
Paulo Almeida adiantou que logo na primeira noite do incêndio, que começou na segunda-feira, houve registo de quatro feridos, sendo que na última noite um bombeiro ficou ferido, à partida com ferimentos ligeiros. Quanto aos danos, elencou “primeiras habitações, barracões, anexos, arrumos, carros, máquinas, explorações agrícolas”, para assinalar que há “muita coisa afetada, muita coisa atingida”, ainda sem capacidade para quantificar. De acordo com o autarca, muitas famílias “acabaram por perder tudo, a sua subsistência”.
O incêndio florestal de Arouca continua hoje de manhã com três frentes ativas, sendo a que ameaça a vila de Vilarinho a que está a causar mais preocupação, segundo a presidente da autarquia. “Mantemos as três frentes ativas, mas de alguma forma mais controladas, com os bombeiros a tentar conter as progressões”, disse à Lusa a presidente da autarquia, Margarida Belém, que afirmava estar hoje mais “serena e otimista”.
Segundo a autarca, a situação mais preocupante verifica-se na frente de Canelas/Espiunca, na zona de Vilarinho, onde os bombeiros estão a “evitar projeções e a progressão para a subida para a Senhora da Mó, que seria muito preocupante para a zona da vila”.
Além desta, existe a frente em Alvarenga, onde “os bombeiros estão a procurar conter para não passar para Paradela, em Nespereira, que já é no concelho vizinho de Cinfães”, no distrito de Viseu, e a frente de Covelo/Janarde, na zona de Telhe, que “estão a procurar conter o perímetro para que não haja progressão”, adiantou Margarida Belém.
A autarca referiu ainda que as condições atmosféricas durante a noite, nomeadamente a baixa temperatura, o aumento da humidade e o orvalho, foram benéficas para o combate às chamas, mas assinalou que “há uma grande imprevisibilidade em termos de ventos”.
“Estão previstos alguns ventos agora para a parte da tarde. Estamos muito atentos e cautelosos, porque as coisas ainda nos preocupam bastante”, afirmou. A autarca disse ainda que está a ser feito um levantamento dos danos causados pelo incêndio, mas não tem conhecimento de casas ou empresas atingidas pelo fogo, adiantando que continuam as escolas encerradas no dia de hoje como medida preventiva.