O Centro de Saúde de Oliveira do Hospital vai alargar o seu período de funcionamento. O espaço vai abrir também aos sábados, das 8h00 às 14h00, apenas para consultas programadas, tanto para utentes da Unidade de Saúde Familiar (USF) como da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP).
A informação foi avançada, esta manhã, por José Francisco Rolo, na reunião pública da Câmara Municipal. “Foi-nos transmitido pelo Dr. Rui Pedro Loureiro, coordenador da USF, e pela Unidade Local de Saúde (ULS)”, frisou o presidente do Município. O objetivo é “haver mais amplitude de resposta face às necessidades de consulta por parte dos cidadãos”.
De acordo com o autarca, esta semana, o presidente da ULS de Coimbra esteve em Oliveira do Hospital para “ouvir os autarcas e esteve reunido com médicos e funcionários do Centro de Saúde”. Em cima da mesa, estiveram temas como o próprio “Centro de Saúde, recursos humanos, obras, serviços complementares, valências instaladas na Fundação Aurélio Amaro Diniz e a criação de Comunidades de Saúde”. Na mesma reunião, ficou expressa a “necessidade de haver coordenação na UCSP” e de “captar novos médicos”.
“Há interesse em processos de mobilidade e há médicos aposentados que querem vir para Oliveira do Hospital”, explicou José Francisco Rolo, avançando que solicitou à ULS que, no novo concurso para colocação de médicos, “Oliveira seja contemplada”.
Centro de Saúde poderá ser deslocado durante as obras de remodelação e ampliação
O autarca respondia, assim, às questões colocadas por Francisco Rodrigues. O vereador da oposição disse ter tido conhecimento da reunião com a ULS e questionou o autarca sobre o que estava a ser “tratado” na área da saúde, até porque “no passado dia 1, voltou a formar-se uma fila no Centro de Saúde para os cidadãos conseguirem marcar consulta”. Francisco Rodrigues questionou, ainda, sobre uma possível “mudança das instalações do Centro de Saúde para a atual escola primária enquanto se realizam as obras de remodelação e ampliação”. “O edifício da escola dará para as duas coisas?”, questionou, referindo-se ao projeto das novas instalações da ESTGOH que será ali desenvolvido. Para o vereador da Coligação PSD/ CDS-PP, a mudança do Centro de Saúde para a atual escola “vai atrasar a obra da ESTGOH”.
“O projeto das instalações da ESTGOH foi candidatado e está ainda em apreciação na CCDRC”, logo respondeu José Francisco Rolo, adiantando que são 3,8 milhões de euros à espera de aprovação. Quanto às obras do Centro de Saúde, o autarca avançou que “foi lançado novo concurso”, pois “não houve propostas dentro do valor base”. “Tivemos que elevar a fasquia e subir o preço de adjudicação de 2,3 para 3 milhões”, explicou.
Quanto à deslocalização do Centro de Saúde, José Francisco Rolo garantiu que “estão vários cenários em cima da mesa” e que o mais importante é que os profissionais de saúde possam “exercer as suas funções com o menor constrangimento”.
Para Nuno Ribeiro, vereador que partilha o Pelouro da Saúde com o presidente, é imperativo “ouvir os profissionais” do Centro de Saúde antes de tomar qualquer decisão. Também Nuno Oliveira, vice-presidente da autarquia, afirmou que “uma obra não vai implicar a outra”.
UCSP vs USF
Sandra Fidalgo, na sua intervenção sublinhou que “o que incomoda não são os investimentos”. Para a vereadora da Coligação PSD/ CDS-PP, preocupa a existência de duas unidades no Centro de Saúde. Lamentou que a UCSP tenha oito mil utentes sem médico de família e que, por outro lado, a USF tenha um serviço que “funciona bem”. Não querendo que haja “utentes de primeira”, Sandra Fidalgo pede que seja “encontrada uma solução” para uma UCSP “fragilizada, que não dá resposta às necessidades”.
Em resposta, José Francisco Rolo lembrou que “a USF não foi criada pelo Município” e que “foi aprovada pela Administração Regional de Saúde”. “Todos nós queremos o mesmo: mais médicos para Oliveira do Hospital”, rematou.