O Centro Cultural de Tábua (CCT), que em 2023 completou 10 anos de atividade, tem registado uma grande afluência de público, obrigando até à realização de mais do que uma sessão de determinados espetáculos ou concertos.
O recente espetáculo de João Baião comprova a procura pela sala cultural que, em fevereiro, se viu obrigada a promover três sessões que ficaram lotadas para satisfazer o público que ali acorreu.
Para António Oliveira, vice- presidente do município de Tábua e responsável pelo equipamento cultural, este “é motivo de orgulho e uma satisfação”, já que vai ao encontro da “estratégia que foi delineada há alguns anos para o Centro Cultural”.
Esta não foi a primeira vez que a sala do CCT, com capacidade para cerca de 280 pessoas, ficou lotada. O humorista Carlos Vidal que vai estar em Tábua, no próximo mês de maio, já tem uma primeira sessão esgotada, tendo já sido necessário “abrir uma segunda sessão”.
Este é um sucesso que António Oliveira atribui à “fidelização do público” que não é só de Tábua, é também da região.
“Ao espetáculo do João Baião veio um autocarro do concelho de Viseu”, conta o vice-presidente, notando que desta forma “ganha a terra, os alojamentos, a restauração e o comércio”.
Depois de um período em que o CCT partiu à procura das grandes produções nacionais, agora já são estas que colocam o CCT na rota das principais salas de espetáculo. Para isso, contribuem os equipamentos e logística de som e luz que permitem acolher grandes espetáculos ou concertos, e também uma “equipa muito motivada, com formação na área da multimédia”, e que tem Luís Branquinho como programador cultural. “Efetivamente muito do sucesso passa por eles”, constata o responsável que presta um “reconhecimento público” a todos os colaboradores do espaço e que habitualmente recebem elogios dos promotores de espetáculos.
“As grandes produções nacionais sabem com o que contam em vir a Tábua e têm a certeza de casa cheia”, refere o responsável.
Junta-se, ainda, a grande aposta na divulgação dos eventos assente numa estratégia de “chegar a mais público e captar gente improvável”.
Atualmente o CCT consegue proporcionar ao concelho e à região ofertas que, habitualmente, estão presentes nas grandes casas de cultura, em locais como Lisboa, Porto, Leiria, Coimbra ou Algarve. “O nosso público sabe que, pouco tempo depois, também está em Tábua e não é preciso fazer grandes deslocações”.
A primar pela presença frequente de grandes nomes do espetáculo como Fernandes Mendes ou Maria Rueff, e da música, como Pedro Abrunhosa, estando também agendada para abril a presença de Toy num concerto com a orquestra da Academia Artística, o CCT é também residência da Academia Sénior, da Academia Artística do Município de Tábua e do Coro Polifónico responsáveis por atrair muito público, sobretudo tabuense.
O cinema constitui outra faceta bem sucedida do CCT, numa parceria com a Lusomundo que permite trazer a Tábua, no prazo de uma a duas semanas, os filmes que saem em território nacional.
“As pessoas deixam de ter que se deslocar aos grandes centros urbanos para verem cinema de qualidade”, constata António Oliveira.
O sucesso do CCT é o reflexo da valorização que o Município de Tábua dá à Cultura e que também é visível na oferta cultural “de excelência”, que é assegurada pela Biblioteca Pública Municipal João Brandão, local frequentemente escolhido por autores para o lançamento de livros.
“Considero a nossa oferta cultural acima da média”, sublinha António Oliveira, certo de que tal facto “ajuda e potencia a qualidade de vida dos que aqui vivem”.
E o caminho passa pela aposta contínua na cultura. Em abril, o Município vai inaugurar a Oficina Artes de Palco nas antigas instalações da escola primária de Percelada, na União de Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliveirinha. Esta será “uma segunda sala de espetáculos”, com oferta multimédia, com capacidade para acolher 70 pessoas. “O novo espaço vai nos permitir crescer e alavancar outras atividades culturais” de menor dimensão e mais direcionadas para um determinado público.