O património cultural de Arganil está agora mais enriquecido. O Município de Arganil recebeu espólio arqueológico do acampamento militar romano da Lomba do Canho, na sequência de um protocolo de doação celebrado com a Faculdade de Letras de Lisboa, no dia 9 de janeiro, naquela instituição de ensino.
Da coleção adquirida fazem parte o acervo de João Carlos de Senna-Martinez, referente às escavações arqueológicas realizadas nos anos 50, da responsabilidade de João de Castro Nunes, e também às escavações realizadas entre 1979 a 1984, do sítio designado de Moinhos de Vento 1, 2 e 3, localizado no monte da Lomba do Canho. Este conjunto inclui, além de espólio arqueológico, documentação escrita, fotografias e desenhos de campo e de materiais.
Para Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal de Arganil, que se juntou ao diretor da Faculdade de Letras, Miguel Tamen, para a assinatura do documento, manifestou a sua satisfação pela valiosa e significativa contribuição que o acervo representa para o património arganilense.
“Estamos muito honrados por poder acolher no nosso Núcleo de Arqueologia peças únicas e com valor patrimonial tão significativo”, enalteceu Luís Paulo Costa, comprometendo-se, em nome da Autarquia, a “preservar e partilhar esta herança cultural única com a comunidade, com quem nos visita e com as gerações futuras.”
O Município de Arganil, através do Núcleo de Arqueologia, torna-se agora depositário da coleção entregue, ficando responsável pelo seu tratamento, à sua correta conservação física, bem como à sua disponibilização e consulta.
A doação promovida pela Faculdade de Letras enquadra-se numa política de doação a autarquias e museus de espólio arqueológico de coleções já estudadas e que se encontram à guarda do Centro de Arqueologia, centrada no princípio da congregação de toda informação de um sítio arqueológico num só local.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1959, o antigo acampamento romano encontra-se em processo de reclassificação para Monumento Nacional. “A conclusão do processo da Lomba do Canho está apenas dependente da homologação do Ministro da Cultura”, explica Luís Paulo Costa. “Esta classificação fará jus a este que é um dos elementos patrimoniais mais importantes do nosso território, que nem sempre foi tratado da forma como lhe era devida”.