O Turismo Centro de Portugal apresentou ontem, Dia Nacional da Sustentabilidade, o sistema de monitorização das Rotas Âncora do Centro de Portugal, em conferência de imprensa realizada na Aldeia do Poço, Condeixa-a-Nova. A ação inseriu-se nas Comemorações do Dia Mundial de Turismo.
O sistema de monitorização integra cinco contadores automáticos colocados em sítios estratégicos de cinco grandes rotas turísticas de Natureza e caminhos de peregrinação da região: Grande Rota do Vale do Côa, Grande Rota do Zêzere, Ecopista do Dão, Eurovelo e Rota Carmelita / Caminho de Santiago. Desta forma, passa a ser possível contabilizar os acessos por parte dos turistas que utilizam estes percursos, a pé e de bicicleta.
Um dos novos contadores automáticos foi colocado precisamente na Aldeia do Poço, uma vez que este pequeno lugar integra a Rota Carmelita, no sentido Norte-Sul, e o Caminho Português de Santiago, no sentido Sul-Norte. Os participantes na apresentação tiveram a oportunidade de visitar o contador.
Os dados recolhidos pelo sistema de monitorização serão integrados no Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal, contribuindo assim para a avaliação da sustentabilidade ambiental, social e económica da atividade turística.
Participaram na apresentação Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova e Sílvia Ribau, Chefe do Núcleo de Estruturação, Planeamento e Promoção da Turismo Centro de Portugal, além dos representantes das empresas parceiras do projeto: Pedro Pedrosa, da A2Z Consulting, empresa especializada em turismo outdoor ativo, e Nuno Lavrador, da UpNorth, especialista na monitorização de pedestres e ciclistas em espaços urbanos e áreas naturais.
Coube a Pedro Pedrosa explicar o funcionamento do sistema, que permite “conhecer o comportamento dos turistas walking & cycling no Centro de Portugal” e “antecipar e fundamentar necessidades de reforço, manutenção e/ou ampliação da oferta”, além de “integrar diferentes projetos de monitorização da região”. “Com os dados recolhidos vai ser saber que rotas possuem maior atratividade, em que percursos, em que modalidades e em que épocas do ano, por exemplo”, sublinhou.
Os contadores medem a direção do fluxo e transmitem os dados de forma ininterrupta e remota. No território do Centro de Portugal existem vários outros percursos com contadores de utilizadores já instalados, cujos dados serão também possíveis de ser integrados neste sistema de monitorização e avaliação.
Antes, Nuno Moita tinha dado as boas-vindas aos participantes, recordando que a Aldeia do Poço “é atravessada pelos Caminhos de Santiago, o que assume grande importância para o concelho de Condeixa-a-Nova”. “Apostamos muito no turismo e é notório o impacto que a atividade tem no território”, acrescentou.
Sílvia Ribau assinalou que esta ação se insere no projeto “Centro Sustentável” e é financiado pelo Turismo de Portugal. O projeto “Centro Sustentável”, em curso desde 2021, inclui uma série de ações, destinadas a certificar o Centro de Portugal como região de turismo sustentável pelo Biosphere Responsible Tourism Institute. O objetivo é criar as condições para que o Centro de Portugal seja a primeira região turística em todo o mundo com a certificação Biosphere.
A terminar a sessão, Raul Almeida lembrou o peso decisivo que o turismo tem hoje na economia nacional, representando 17,1% do PIB em 2022, ano em que as dormidas cresceram mais de 10% em relação de 2021. “Em 2023, pelos dados já existentes, o resultado da atividade turística vai ser ainda maior. Este crescimento causa impactos nas populações e no meio ambiente, que queremos que sejam positivos. Garantir a sustentabilidade da atividade é um dos nossos desafios, pelo que temos de trabalhar na consciencialização de todos os players do setor”, frisou Raul Almeida. “Os dados que vão resultar deste projeto vão ser muito importantes para o apoio das decisões”, finalizou.