Foram mais de 150 pessoas que esta manhã acorreram ao Centro de Saúde de Oliveira do Hospital na tentativa de marcar consulta médica programada, no âmbito de uma nova metodologia destinadas a assegurar, mensalmente, consultas a utentes sem médico de família, que já são mais de 6 mil no concelho.
A elevada afluência de utentes gerou o caos à entrada do edifício do centro de saúde. Logo no primeiro dia do mês de junho, as pessoas esgotaram as 150 vagas disponíveis para o mês. “Hoje, dia 1 de junho, esta avalanche fez com que fossem marcadas mais de 150 consultas”, afirmou à Rádio Boa Nova o médico coordenador do Centro de Saúde, Rui Pedro Loureiro.
Tal decorre do elevado número de utentes sem médico de família no concelho, que aumentou com a recente saída de mais um clínico da unidade de saúde. “Temos 6 mil utentes sem médico. Faz com que a procura tenha aumentado e que as pessoas venham todas no primeiro dia do mês”. Segundo Rui Pedro Loureiro, pese embora os parcos recursos humanos, foi possível a marcação das 150 consultas. Porém o responsável apela à população para que não repita o que hoje se passou. “É preciso pedir alguma cidadania e algum civismo às pessoas”, notou.
Atualmente o Centro de Saúde funciona com “menos três médicos” do que é necessário. No total são 10 os clínicos que asseguram os cuidados de saúde, sendo que um é reformado. Rui Pedro Loureiro informou que no recente concurso para colocação de médicos, foram disponibilizadas quatro vagas, mas apenas uma foi preenchida por uma médica. Trata-se de uma médica que, há cerca de um ano colocou o lugar à disposição no centro de saúde oliveirense, e está agora de regresso.
À Rádio Boa Nova, o coordenador clarifica uma vez mais que Oliveira do Hospital não tem um serviço de Urgência, e que o Centro de Saúde disponibiliza apenas consultas de intersubstituição para casos agudos diariamente (de manhã e de tarde), tal como o Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD) assegura consultas para doentes urgentes no período noturno e aos feriados e fins de semana.
Ainda que sem os recursos médicos necessários, Rui Pedro Loureiro assegura à população que o Centro de Saúde “continua todos os dias a garantir a assistência possível”.