A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital comemorou, este domingo, 101 anos de vida. Um longo caminho de história, dedicação, trabalho e entrega em prol da proteção e socorro das pessoas, dos bens e da natureza.
Das comemorações do 101º aniversário constou um vasto programa que incluiu entrega de medalhas, crachás, romagem aos cemitérios, promoções, condecorações, assim como o habitual desfile apeado e motorizado. Promessa feita nas celebrações do centésimo e agora cumprida: foi inaugurado o veículo de combate a incêndios oferecido pelo Município de Oliveira do Hospital. Foi também inaugurada uma das três ambulâncias adquiriras recentemente pela direção, “destinadas a suprir dificuldades no transporte de doentes”: uma VDTD elétrica, uma ABSC e uma ABTM”.
Seguiram-se as promoções e condecorações, com destaque para a entrega da Medalha de Assiduidade Grau Cobre a Mauro Santos, Medalha Dedicação e Altruísmo a Jorge Martins, Medalha de Serviços Distintos a João Paulo Simões e Prémio Manuel dos Santos Gouveia Serra entregue a António Gonçalves.
Na Sessão Solene, Emídio Camacho, comandante da corporação há quase quatro décadas, afirmou que “comemorar 101 anos é um feito histórico” e, por isso, foi dia de “honrar todos os bombeiros, incluindo os que já partiram”. Destacou o voluntariado e o trabalho em equipa que permitem concretizar o lema “proteger as pessoas e os bens”. A olhar para a Associação Humanitária como “uma família”, o comandante referiu que, como em todas as corporações, “há períodos difíceis”. Assim, expôs que “são necessárias políticas nacionais e locais para conquistar jovens” e que, apesar de as Equipas de Intervenção Permanente (EIP) serem “um passo importante”, “é preciso mais”. Ao concelho de Oliveira do Hospital, garantiu que a população “pode contar sempre com a disponibilidade” dos Bombeiros.
Maria José Freixinho, presidente da Assembleia Geral, enalteceu o “sacrifício” dos heróis de farda que “dão vida por vida”, arriscando a “sua em prol de todos”. A eles, deixou uma palavra de “gratidão e respeito”. Por sua vez, Arménio Tavares, presidente da direção, afirmou que “ultrapassar um século de existência reforça a responsabilidade de continuar a honrar o compromisso para com a população”.
Assumir o custo de cerca de 190 mil Euros para a aquisição do veículo, ter reservado um lote na Zona Industrial para a corporação promover ações de formação e assegurar EIP no concelho são apenas alguns dos gestos que “o grande parceiro”, o Município, anunciou nos últimos tempos. Na sessão solene, o presidente José Francisco Rolo destacou a “causa nobre do voluntariado” e homenageou os bombeiros e as suas famílias que “ficam em aflição sempre que ouvem a sirene”. A afirmar que Oliveira do Hospital “está na linha da frente da Proteção Civil”, o autarca avançou que, desde que lidera os destinos do concelho, a autarquia já atribuiu 3,5 milhões de Euros às duas corporações. Em EIP, o concelho dispõe de seis, três em cada Associação Humanitária, que representa um investimento anual de 225 mil Euros.
“Continuaremos a fazer grandes esforços financeiros para que as corporações sejam cada vez mais eficazes”, afirmou José Francisco Rolo.
Fernando Carvalho, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra, elogiou “a obra que foi realizada são longo dos 101 anos”, fazendo com que os Bombeiros oliveirenses sejam “uma referência para as corporações da região e do país”. O responsável alertou para o facto de, em 24 corpos de Bombeiros no distrito, 204 viaturas com mais de 25 anos estarem ao serviço”. A representar a Liga do Bombeiros Portugueses, Marco Martins, pediu para que “todos os bombeiros sejam reconhecidos”, sendo que, para isso, “é preciso o estatuto de bombeiro voluntário e o estatuto de bombeiro profissional”.
Secretária de Estado avisa que o verão será difícil
Convidada de honra, Patrícia Gaspar, Secretária de Estado da Proteção Civil, alertou para as alterações climáticas que vão provocar “um verão muito difícil de gerir”. Perante os heróis de Oliveira do Hospital, pediu que “encarassem o próximo verão como mais um desafio, mas em segurança e com consciência”. Na ocasião recordou as “memórias muito vivas” que o concelho ainda tem de outubro de 2017 e que, por isso, “todos têm que garantir que não serão vividas novamente”. “Vocês são a prova viva de que seremos capazes para lutar por um objetivo comum: conferir segurança a Portugal e aos portugueses”, rematou a governante.
A considerar que “sem bombeiros e sem proteção civil não há segurança”, Patrícia Gaspar parabenizou o Município oliveirense pela forma como gere a floresta. Enquanto elemento do Governo, adiantou que o Ministério “está a trabalhão no Portugal 2030” em parceria com as autarquias, Comunidades Intermunicipais e Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais. Em causa estão “122 Milhões de Euros para Proteção Civil, para capacitação e resiliência dos territórios”.
Depois de ouvir autarcas, comandantes, Federação e Liga, a Secretária de Estado garantiu que a Administração Central estará focada no “trabalho que tem de ser feito” e que passa por três pilares: “financiamento permanente adequado à realidade, reequipamento e valorização das carreiras e estatutos”.
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