António Costa prometeu, ontem, uma atitude de “coragem e ambição” para o mandato que agora começa. Antes, no discurso de posse do novo governo, o Presidente da República desafiou António Costa a cumprir “a vontade inequivocamente expressa pelos portugueses” e de ficar até ao fim da legislatura.
No seu discurso de posse como primeiro-ministro do XXIII Governo Constitucional no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, após o discurso do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa começou por recordar as palavras que proferiu em 26 de outubro de 2019, quando foi empossado pela segunda vez no cargo de primeiro-ministro.
“Este é um Governo para os bons e para os maus momentos. E quanto maior for a tormenta, maior será a nossa determinação em ultrapassá-la. Recordadas hoje, essas palavras parecem premonitórias do que iríamos ter de enfrentar com a terrível pandemia que dois meses depois começou a dominar o mundo e que também nos atingiu duramente”, referiu.
O primeiro-ministro prometeu que o seu novo executivo terá uma atitude de “coragem e ambição” mesmo se confrontado com “tormentas e tempestades”, adiantando que o programa do Governo “é conhecido” e será aprovado nesta quinta-feira.
Na sua intervenção, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, António Costa, assumiu que, desde 30 de janeiro, “as circunstâncias mudaram, a conjuntura é adversa”, mas referiu depois que o Governo não desistiu dos seus objetivos.
“Os portugueses exigem que recuperemos o tempo perdido com uma crise política que não desejavam, continuando o caminho que temos vindo a percorrer e a avançar para um país mais justo, mais próspero e mais inovador. É essa coragem e ambição que este Governo garante. Foi nessa expectativa que os portugueses nos transmitiram um voto de confiança e é essa confiança que queremos honrar”, afirmou.
Marcelo avisa que Costa tem de ficar até ao fim da legislatura
No momento de dar posse ao novos governo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que não será “politicamente fácil” a António Costa sair a meio da legislatura.
O Presidente da República desafiou António Costa a cumprir “a vontade inequivocamente expressa pelos portugueses”. Avisouo primeiro-ministro António Costa que será difícil a sua substituição a meio da legislatura, defendendo que os portugueses “deram a maioria absoluta a um partido, mas também a um homem”.
“É o preço das grandes vitórias, inevitavelmente pessoais e intencionalmente personalizadas. E é sobretudo o respeito da vontade inequivocamente expressa pelos portugueses para uma legislatura”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia de posse do XXIII Governo Constitucional, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
O Presidente da República realçou que o mandato do novo Governo vai “praticamente coincidir” com o seu e também com os dos autarcas e considerou que os portugueses esperam de todos “segurança, estabilidade, unidade no essencial”.
No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa começou por falar da invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, e alertou para o consequente aumento da “imprevisibilidade económica e financeira”.
Terceiro governo de Costa com 56 membros
O Presidente da República deu posse ao XXIII Governo Constitucional, o terceiro chefiado por António Costa, numa cerimónia na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa..
Marcelo empossou o primeiro-ministro António Costa, depois os 17 ministros e por fim os 38 secretários de Estado do novo Governo.
Os membros do XXIII Governo, 56 no total, foram chamados um a um, por ordem hierárquica, para prestar juramento e assinar o auto de posse, processo que durou cerca de 40 minutos.
O novo Governo tem como “número dois” a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, seguindo-se, segundo a ordem fixada em lei orgânica, os ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, da Defesa Nacional, Helena Carreiras, da Administração Interna, José Luís Carneiro, da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, das Finanças, Fernando Medina, e Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.
Completam a lista os ministros da Economia e do Mar, António Costa Silva, da Cultura, Pedro Adão e Silva, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, da Educação, João Costa, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, da Saúde, Marta Temido, do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
Com: DN