O Guarda Desportiva FC, equipa que joga nas distritais, foi alvo de buscas por parte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) na quarta-feira. Em causa a prática de crimes de auxílio à imigração ilegal, e falsificação de documentos. A operação mobilizou 18 agentes.
O presidente do clube e outros quatro dirigentes, todos de nacionalidade brasileira, foram constituídos arguidos por suspeita de trazerem para Portugal de forma irregular dezenas de futebolistas, na sua maioria também brasileiros.
Para além da falsificação de documentos, que permitiam a entrada e permanência dos jogadores, os dirigentes do clube são ainda acusados de alojar os atletas em condições precárias, em espaços sobrelotados e sem direito ao pagamento de ordenados.
Ao que tudo indica, o esquema passava pela tentativa de observar jogadores que mais tarde pudessem ser vendidos para clubes de maior dimensão.
O SEF executou uma dezena de mandados de busca às residências dos dirigentes e às habitações, onde o clube alegadamente aloja os futebolistas, na “esmagadora maioria” de nacionalidades estrangeiras, “em condições precárias de sobrelotação”, descreve o comunicado enviado à redação.
O clube terá garantido a entrada de jogadores em Portugal a coberto de cartas convite, “na maioria apenas para prestação de provas”.
“Os cidadãos eram, posteriormente, inscritos como profissionais, por forma a obterem a sua regularização em Portugal como trabalhadores subordinados, verificando-se não haver o correspondente pagamento salarial. Seriam, ainda, utilizados no mesmo esquema de angariação requerentes de vistos de Estada Temporária para exercício de atividade amadora, alegadamente obtidos com recurso a declarações falsas”, lê-se.
Foi apreendida diversa documentação relativa à entrada e permanência de cidadãos estrangeiros em Portugal, “nomeadamente documentos indiciadores da realização de contratos de trabalho de conveniência”. Também foi apreendido material informático e de comunicações.
Foram, ainda, identificados 34 cidadãos, dos quais 31 de nacionalidades estrangeiras, sobretudo provenientes de países sul-americanos.
O SEF acrescenta que 24 dos 34 cidadãos identificados são atletas do clube e que 21 possuem nacionalidades de países terceiros. A permanência em território nacional da maioria não está regularizada.
“A correspondente situação documental merecerá, agora, uma análise cuidada e pormenorizada do SEF”, termina o organismo.
Fonte: RR